O jornalista Clóvis Rossi, de 76 anos, morreu na madrugada desta sexta-feira (14) em São Paulo. Ele esteve internado no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista, entre sexta-feira (7) passada e esta quinta (13) por causa de um infarto.
Rossi estava em recuperação, mas passou mal em casa nesta sexta, segundo relatou sua filha, Cláudia, ao também jornalista Juca Kfouri.
O corpo do jornalista será velado a partir das 16h desta sexta no Cemitério Gethsêmani, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo.
Nascido em São Paulo em 25 de janeiro de 1943, dia do aniversário da cidade, Rossi exercia o cargo de repórter especial e era membro do conselho editorial do jornal "Folha de S.Paulo". Estava na empresa desde 1980. Era colunista e escrevia às quintas e aos domingos.
Em sua coluna na Folha, na quarta (12), ele explicou o motivo de não postar no último domingo (9).
Formado na Faculdade Cásper Líbero, o jornalista tinha mais de 50 anos de carreira. Começou em 1963. Além da Folha, trabalhou também no “O Estado de S.Paulo” e no “Jornal do Brasil”. Antes teve passagens no "Correio da Manhã", revistas "Isto É" e "Autoesporte" e pelo "Jornal da República". Manteve blog em espanhol no "El País".
Rossi foi editor-chefe no “Estadão” e correspondente em Buenos Aires e Madri pela Folha.
O jornalista tem textos publicados em todos os cinco continentes e trabalhou em coberturas de transição do autoritarismo para a democracia em Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, toda a América Central, Espanha, Portugal e África do Sul.
Prêmios - Ganhou os dois mais importantes prêmios jornalísticos na América Latina: o Maria Moors Cabot, concedido pela Columbia University, e o da Fundação para um Novo Jornalismo Iberoamericano, pelo conjunto da obra, que recebeu das mãos do criador do órgão, o Nobel Gabriel Garcia Márquez.
Rossi é cavaleiro da Ordem do Rio Branco, conferida pelo governo brasileiro por decreto do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É também cavaleiro da Ordem do Mérito, atribuída pelo governo francês, durante a presidência de François Hollande.
Livros - Entre seus livros estão “O que é jornalismo” (1980), “Militarismo na América Latina (1990) e “Enviado especial: 25 anos ao redor do mundo” (1999).
O jornalista deixa esposa, Catarina Rossi, três filhos e três netos.
Portal G1