Depois de desmarcar uma vez sua ida a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara por temer levar “facada nas costas do próprio partido”, Paulo Guedes fez sua estreia no colegiado mais importante da Casa. Além de ter sido marcada por momentos de tensão e finalizada depois de o ministro ter sido chamado de “tchuchuca”, a sessão também foi marcada pela presença de poucos líderes partidários.
Os líderes da oposição foram os que mais fizeram perguntas ao ministro. Paulo Pimenta (PT-RS), Ivan Valente (Psol-SP), Tadeu Alencar (PSB-PE) e os líderes da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), e a líder da minoria Jandira Feghali (PC do B-RJ) participaram ativamente do início do debate.
Líderes com discursos favoráveis ao texto estiveram em minoria: o líder do Novo, Marcel Van Hattem (RS), e o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO). Além deles, participou o líder do Podemos, José Nelto (GO). Questionado se a ausência de líderes seria 1 recado ao governo, Nelto respondeu: “tá claro, né?”
O líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), esteve na CCJ, mas não falou. Ao Poder360 afirmou: “não somos base e temos outras atribuições”.
Outros líderes deram seu espaço de fala a outros deputados, como o MDB, PSD, PRB, PSDB e PDT.
Enquanto Guedes falava na CCJ, 5 líderes partidários se reuniram na Câmara. “Nem precisa dizer nada, nossa ausência diz tudo”, disse 1 deles ao Poder360. Segundo ele, o grupo afirmou no encontro que a comunicação com o Planalto segue travada apesar dos esforços de Guedes e da líder do governo no Congresso Joice Hasselmann (PSL-SP) de estabelecerem uma ponte.
Apesar disso, parte dos líderes minimizou a crítica ao ministro e disse que a carga está voltada para o Planalto. Um deles afirmou que Guedes é“surpreendentemente o político mais habilidoso do governo”. Mas disse que os deputados precisam estabelecer uma relação de confiança com o governo antes de prestarem deferência a uma audiência sobre a reforma da Previdência.
MUITA OPOSIÇÃO
A sessão também foi marcada por mais falas de deputados da oposição. O partido recordista em perguntas foi o PT, com 10 deputados –entre eles Zeca Dirceu (PR), que chamou Guedes de “tchucuca” e ouviu que “tchuchuca é a mãe e a vó”.
Além do PT, 5 deputados do PDT questionaram Guedes, 5 do PSB, 2 do Psol e uma do PC do B.
Entre os outros partidos, o PRB levou 3, PSD 2, DEM 2 e Podemos 2. PSDB, PV, Patriota, PP, Rede, MDB, Pros e PMN tiveram 1 deputado cada fazendo perguntas ou comentários na sessão com o ministro. O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, só teve 3 representantes falando na audiência com Guedes.
Portal 360º - Repórter Paloma Rodrigues