Quem são as pessoas que comercializam suas mercadorias na Conde da Boa Vista? Há quanto tempo os ambulantes trabalham no comércio popular na avenida que está em obras da Prefeitura do Recife desde a semana passada? As respostas para esses e outros questionamentos estão na pesquisa “Trabalhar é um Direito”, que está sendo divulgada neste momento, na audiência pública que está sendo realizada pela Câmara do Recife, na manhã da hoje (17), para debater o futuro dos ambulantes que temem serem removidos após o projeto de reforma da avenida. Alguns dados: a pesquisa identificou mais de 300 pessoas que vivem do comércio popular, movimentando, juntas, uma economia de mais de 4,5 milhões de reais por ano.
O levantamento foi realizado entre os dias 11 e 15 de março. Com coordenação técnica das cientistas sociais Cecília Cuentro e Marília Nascimento, a pesquisa foi feita in loco, nos turnos da manhã, tarde e noite. As pesquisadoras, identificaram, por exemplo, que grande parte da mercadoria revendida é comprada pelos ambulantes originalmente no comércio formal. O levantamento foi realizado numa parceria do Sintraci com o mandato do vereador Ivan Moraes (PSOL) na Câmara do Recife.
“O Recife já foi conhecido como a cidade dos mascates. Nossa profissão é antiga. Essa pesquisa é importante e a gente espera que abra o diálogo com a prefeitura, que tem dito que apenas 50 pessoas ficarão na avenida”, avalia Edvaldo Gomes, presidente do Sintraci (Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores do Comércio Informal). Para o vereador Ivan Moraes, a pesquisa dará à sociedade, e principalmente à prefeitura, elementos que poderão nortear decisões importantes para a avenida. “Ao perceber a importância econômica e social do comércio popular, nós esperamos que o Poder Executivo se dê conta que é possível, sim, organizar as áreas em que ambulantes poderão trabalhar, sem interferir de forma negativa na acessibilidade e sem tirar o ganha-pão de ninguém”.
Na audiência, também será divulgado o resultado de uma oficina realizada pelo Universidade Católica, em parceria com o Sintraci, que propôs formatos de ocupação da avenida a partir do ponto de vista do comércio popular. Após seu lançamento, a íntegra do estudo será enviada aos órgãos competentes e disponibilizada a todas as pessoas através da internet.
Imprensa Vereador Ivan Moraes