Um dos maiores desafios para a operação dos sistemas de esgotamento sanitário na Região Metropolitana do Recife é o descarte materiais inapropriados na rede coletora. Ano passado, o volume de lixo transportado pelas tubulações de esgoto até as estações elevatórias (bombeamento) e de tratamento da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), alcançou a triste marca de 124 toneladas. Essa quantidade foi 17% maior do que o volume de lixo retirado dos sistemas no ano de 2017, quando foram coletadas 106 toneladas de resíduos sólidos nos gradeamentos das unidades.
Esses números são preocupantes, tendo em vista que as tubulações da rede de esgoto são projetadas para receber 99% de dejetos líquidos e apenas 1% de sólidos – provenientes da água utilizada no banho, lavagens de louça e roupa. Dentro de um imóvel, estão conectados à rede de esgoto apenas o vaso sanitário, as pias e lavatórios da cozinha e banheiro, além dos ralos, como o do chuveiro. As redes coletoras deveriam receber a água resultante apenas das atividades realizadas nesses locais. No entanto, a população faz o descarte inadequado de lixo diretamente no sistema de esgotamento sanitário.
Todos os dias, os operadores coletam nos gradeamentos lixo como preservativos, absorventes, fraldas, embalagens, pedaços de brinquedo, sacolas plásticas. “O lixo levado pelas tubulações fica retido nos gradeamentos, que impede que os resíduos entrem nas unidades operacionais. Depois, o lixo é recolhido e destinado para o aterro sanitário”, explica Noélia Lopes, gerente de Monitoramento de Operação da Compesa. “No entanto, antes mesmo da chegada do lixo às estações, ao longo do percurso, todo esse material pode obstruir a rede de esgoto e até mesmo rompê-la provocando os desagradáveis extravasamentos de esgoto nas ruas”, esclarece a gerente, informando que, se não houvesse esse despejo irregular, as ações seriam concentradas para a manutenção preventiva e limpeza dos coletores, para evitar a ocorrência de obstruções na rede.
A Compesa lembra, que por meio de mudanças de hábitos bem simples, como não jogar lixo no vaso sanitário, ralos de banheiro e pias, a população também pode ajudar a evitar entupimentos na rede coletora. Para se ter uma ideia, os grandes causadores dos entupimentos das tubulações, tantos nos imóveis como nas ruas, são as sobras de óleo e fios de cabelo. O acúmulo desses dejetos cria uma espécie de barreira sólida, que impede o fluxo natural do esgoto. Para buscar sensibilizar a população, a companhia também promove campanhas educativas sobre os prejuízos do descarte inadequado de lixo na rede coletora de esgoto, principalmente, nas localidades que apresentam o maior número de ocorrências de extravasamento de esgoto.
Imprensa Compesa