Pai na percussão, mãe no violão e filhas no vocal. Essa é a Família Passos, talkey? Eles são de Curitiba, no Paraná, e começaram de forma despretensiosa a fazer marchinhas no estilo clássico e caíram no gosto do público. O canal no Youtube hoje tem 31 mil seguidores e fez parte da zuera do carnaval deste ano. Mas a folia passou. E as marchinhas, continuam? "Sim, continuam como nunca, outros ritmos estão em pauta também!", afirma Ísis (a terceira da esquerda pra direita).
Na ordem da foto, claro: papai Nilton, filha Lígia, filha Ísis e mamãe Marília!
Veja essa entrevista rapidinha com essa turma que vem satirizando "tudo isso que está aí, talkey"?
1) Vocês são músicos profissionais? Caso não, em que vocês trabalham?
A Lígia e a mãe vivem exclusivamente da música.A mãe é professora aposentada, trabalhou a vida inteira com música. Foi regente de Coral por muitos anos...A Lígia é Violinista e atua também em projetos sociais com música. O pai e eu desenvolvemos outras atividades. O pai é sindicalista, aposentado mas continua trabalhando. Eu sou funcionária da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel).
2) Como surgiu essa ideia de fazer as marchinhas?
Surgiu das redes sociais, com a polarização, desde o impeachment da Dilma. As manifestações de ódio por meio de frases clichês propagadas pela extrema direita tomaram conta das redes. Resolvemos então, eu com a mãe, reunir algumas dessas frases, e reescreve-las musicalmente. Assim nasceu "Talquey Talquey, a culpa é do PT"
3) Vocês não temem alguma represália ou ataque, pelo fato das letras serem contra o atual governo federal?
NÃO tememos represálias. Recebemos alguns comentários contrários no nosso Canal no YouTube, alguns até agressivos no entanto, são pouquíssimos tendo em vista a temática polêmica...É preciso se manifestar e dar voz a quem não têm. A oposição é saudável a toda democracia e sempre existirá.
4) Qual a marchinha que deu mais trabalho em compor?
Não tem nenhuma que se destaque. Talvez a da Previdência. O assunto é sério e foi mais difícil satirizá-lo. O mais complicado para nós é o pouco tempo que passamos juntos. Nós reunimos uma vez por semana apenas, ou sábado ou domingo. As letras das músicas criamos durante a semana trocando idéias pelo grupo do WhatsApp da família. A melodia quem cria é a mãe. No dia do encontro, fechamos a composição, fazemos pequenas alterações, ensaiamos e já gravamos.
5) E a marchinha que foi mais fácil de criar?
A Talquey foi muito espontânea, bem como a do Reaça, pobre de direita (vídeo abaixo)
6) O carnaval passou. Mas as marchinhas continuam?
Sim, continuam como nunca! Outros ritmos estão em pauta também. Semana passada saiu a Valsa pra Damares. Pretendemos inserir o samba, o chorro e até um forró, quem sabe?