Com o objetivo de alertar o que significa ter um filho durante a adolescência a fim de diminuir o índice de gravidez não planejada, a rede municipal de ensino de Olinda, em parceria com a Secretaria de Saúde, está promovendo oficinas do Programa Saúde na Escola (PSE) com essa temática. O trabalho, inicialmente, está contemplando os estudantes dos anos finais de três unidades de ensino, são elas: Escola Sagrado Coração de Jesus, no Amaro Branco; Escola Professor Ministro Marcos Freire, no Alto Sol Nascente; e Escola Claudino Leal, em Cidade Tabajara.
De acordo com a coordenadora da Promoção a Saúde de Olinda, Inês Tenório, o PSE potencializará suas ações com outros temas, como: Violência contra a Mulher, Enfrentamento ao Tabagismo, Alcoolismo e Drogas. Com duração de uma hora e meia, as oficinas acerca de Gravidez na Adolescência vêm, neste primeiro momento, desmitificar o assunto, através de apresentações lúdicas e com elementos para discussões, que trazem exemplos e interações entre os estudantes.
“Assunto é o que não falta: sexualidade, métodos contraceptivos, pílula do dia seguinte, uso correto do preservativo, informações sobre os recursos de sua comunidade, como e onde procurar ajuda quando precisar e telefones úteis. São abordagens levam o jovem a descobrir e refletir se está motivado e se cuidando adequadamente para não ter um filho agora”, pontua Inês Tenório.
Para a estudante da Escola de Tempo Integral Sagrado Coração de Jesus, Alanis de Alcântara, 15 anos, a oficina trouxe muito viés como de doenças na gravidez, companheirismo do parceiro, a importância do sexo seguro e muito mais. “A minha amiga engravidou aos 17 anos e foi muita coisa que ela passou porque não queria o bebê. E estando ao seu lado, acompanhando as experiências dela pude conhecer a realidade e desejar algo diferente para mim. Somos adolescentes e não adultas para planejar uma gravidez”.
Em Pernambuco, o número de partos na rede pública de pessoas entre 10 e 19 anos representa mais de 20% do total, isso significa uma média anual de 29 mil nascidos vivos com jovens nessa faixa etária.
Além da prevenção de uma gravidez não planejada e/ou desejada, o uso de preservativo masculino e feminino podem evitar uma série de infecções sexualmente transmissíveis, como HIV/Aids, sífilis, gonorreia, hepatites virais. Entre 2014 e 2018, dos 9.818 casos de HIV registrados em Pernambuco, 594 foram em adolescentes entre 10 e 19 anos (265 no público do sexo feminino), representando 6% do total. Em relação à Aids, que é quando já há o quadro de enfermidade, no mesmo período, foram 158 casos nessa população (66 no sexo feminino), representando 2,9% do total de casos (5.413).
QUESTIONÁRIO - Instituída, a partir deste ano, pelo Ministério da Saúde (MS), a Semana Nacional de Prevenção à Gravidez na Adolescência, celebrada na semana do dia 1º de fevereiro, os diretores de todas as escolas da Rede Municipal de Ensino de Olinda começam a responder o “Questionário sobre quantidade de casos de gravidez em adolescentes escolares”.
O prazo para preencher os dados vai até 15 de abril. De acordo com a coordenadora de Programas e Projetos da Secretaria Executiva de Programas e Políticas Educacionais, Renata Lopes, as escolas devem considerar os casos de gravidez em adolescentes na faixa etária de 10 a 19 anos de idade identificados no ano passado. Não é necessário identificar a adolescente.
O questionário deverá ser preenchido por gestores escolares ou por pessoas designadas pelas escolas. “O trabalho faz parte do Programa Saúde na Escola, desenvolvido pelo MEC e Ministério da Saúde. A intenção é fortalecer ações conjuntas para reduzir o número de casos de gravidez na adolescência, além de garantir o cuidado integral às adolescentes grávidas”, conclui Renata.
Imprensa Olinda
Foto: Pattricia Viviane