De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, o câncer de próstata é diagnosticado em cerca de 60 mil homens todos os anos. É o segundo tipo de câncer mais comum entre a população masculina, atrás apenas do câncer de pele. Para trazer o assunto à luz do conhecimento geral, neste mês é celebrado o Novembro Azul, ação que visa estimular os homens a realizar os exames necessários para identificar a doença o mais cedo possível.
“Câncer de próstata, também denominado de carcinoma da próstata, é uma neoplasia que tem seu desenvolvimento na próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino”, explica o Dr. Guilherme Lima, médico urologista do Hospital Santa Joana Recife (SJR). Ele alerta que é importante diagnosticar e tratar a doença o quanto antes, devido à possibilidade que o câncer tem de se espalhar da próstata para outras partes do corpo. “Inicialmente pode ser assintomática, mas em estágios avançados pode causar dificuldade para urinar, presença de sangue na urina ou dor na pelve, costas ou ao urinar. Outros sintomas tardios podem incluir sensação de cansaço devido aos baixos níveis de células vermelhas no sangue e disfunção erétil”, define o médico.
O principal grupo de risco são os homens acima de 50 anos. Para quem se encontra nessa faixa etária, o recomendado é realizar o exame anualmente, pois a chance de contrair a doença tende a aumentar com o passar dos anos. Segundo Dr. Guilherme Lima, "a incidência do câncer de próstata aumenta de 2 a 5% quando o indivíduo possui pai ou irmão, ou seja, parente de primeiro grau que teve câncer de próstata antes dos 55 anos de idade”. “Negros tem o dobro da incidência de câncer de próstata e, nesse grupo, a doença tende a ter uma evolução mais agressiva."
Não existem ainda tratamentos que podem ser utilizados como prevenção. “A única maneira eficaz de prevenir o câncer de próstata é por meio da realização anual de exame de sangue e o toque retal da próstata” ressalta o médico. “A combinação desses dois exames pode detectar a doença ainda em sua fase inicial em 75% das vezes. Vale reforçar que é nessa fase do diagnóstico onde as taxas de cura são elevadas.”
A questão do preconceito dos homens em relação ao toque retal ainda é forte, mas, segundo Dr. Guilherme Lima, é algo que vem sendo combatido e vem diminuindo, mesmo que aos poucos. “O toque retal da próstata ainda gera conflitos incontidos na cabeça do homem. O fato é que isso não deveria acontecer, pois se trata de um exame rápido, de no máximo cinco segundos, e indolor. Muito pior do que o trauma psicológico do exame são as consequências devastadoras de um câncer que é descoberto tardiamente.”