A execução da obra da Adutora de Serro Azul, um importante empreendimento para garantir a sustentabilidade hídrica do Agreste, está a todo vapor. Duas frentes de trabalho estão concentradas no assentamento de tubulações, uma situada no distrito de Sapucarana, em Bezerros, e outra em Santa Cruz do Capibaribe, próxima a Estação de Tratamento de Água (ETA) da cidade e da PE-160, e já contabilizam dois mil metros de rede implantados. A adutora vai transportar água da Barragem de Serro Azul, situada em Palmares, na Zona da Mata Sul, para atender dez municípios do Agreste, a região que mais sofre com os efeitos da escassez de chuvas decorrentes do histórico de secas cíclicas. Serão beneficiados 1, 5 milhão de pessoas em Belo Jardim, Sanharó, Caruaru, Tacaimbó, São Bento do Una, São Caetano, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama, Bezerros e Gravatá.
Segundo o presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Roberto Tavares, encontrar alternativas para resolver a questão hídrica do Agreste tem sido um grande desafio para o governador Paulo Câmara, que não tem medido esforços para captar os recursos necessários para viabilizar as obras. “Não podemos deixar de enaltecer o esforço e competência dos técnicos da Compesa que têm apontado várias alternativas para operacionalizar obras que visam ao aproveitamento das fontes hídricas existentes, mesmo que sejam projetos de transposições de bacias ou construção de adutoras de médio e longos percursos”, argumenta Tavares. O presidente enaltece a escolha da captação na Barragem de Serro Azul, concebida inicialmente para contenção de cheias na Mata Sul e por estar localizada em uma região onde há bons índices de pluviometria.
A adutora de Serro Azul terá 58 quilômetros de extensão, saindo de Palmares até o ponto de interligação com a Adutora do Agreste, entre os municípios de Caruaru e Bezerros. Serão captados na barragem 500 litros de água, por segundo, vazão suficiente para ampliar significativamente a oferta de água nas cidades contempladas. A obra conta com um aporte de R$ 200 milhões, fruto de um convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com previsão de conclusão para julho do próximo ano. O empreendimento conta ainda com a construção de quatro estações elevatórias (sistemas de bombeamento), implantação de reservatórios com capacidade total de 4.500 metros cúbicos de água, instalação de 28 quilômetros de linhas de transmissão elétrica, além da automação do sistema.
ETA Belo Jardim
Uma das frentes de trabalho relacionadas ao projeto da Adutora de Serro Azul está situada na Estação de Tratamento de Água (ETA) de Belo Jardim. A unidade está recebendo uma obra de adequação, ampliação e modernização a fim de triplicar a sua capacidade de operação, de 180 litros de água, por segundo, para 600 L/s. Por meio da Adutora do Agreste, a ETA receberá água da Transposição do Rio São Francisco – trazida para a região Agreste pela Adutora do Moxotó, que já está em pré-operação. Quando a Adutora de Serro Azul estiver pronta, a ETA de Belo Jardim também receberá água da Barragem de Serro Azul. Nesse caso, a água vai percorrer um caminho de 58 quilômetros da Mata Sul até Bezerros e, de lá, seguirá por mais 100 quilômetros, pelas tubulações da Adutora do Agreste ao longo da BR-232, até a ETA de Belo Jardim. Além da população de Belo Jardim, da ETA também sairá água para atender as cidades de Tacaimbó, Sanharó e São Bento do Una. Essa obra, que deve ser concluída dentro de dez meses, está orçada em R$ 4 milhões.
Imprensa Compesa