Estudantes com necessidades especiais matriculados na rede municipal de Olinda passam a contar com um novo suporte para desenvolver as habilidades cognitivas. E o encarregado disso é o melhor amigo do homem – o cão. Max, cinco anos, da raça Golden Retriever, é um “doutor de quatro patas”, que terá a missão junto com mais cinco cachorros da mesma espécie, de propiciar os avanços no desempenho dos alunos. Denominado Bolinha de Pelo, o projeto é inédito no Estado e exclusivo em Olinda.
Através da Cinoterapia, - terapia que utiliza cães como meio alternativo no tratamento de pessoas com deficiência – o trabalho irá para a sala de aula onde beneficiará ainda mais crianças, jovens e adultos que apresentem necessidades especiais. Além de Max, fazem parte da equipe de “cães doutores” Mel Silva Sena, Aurora, Luna, Raio de Sol e Justin.
A dona de casa Janeclea Clara da Silva, mãe do pequeno José Daniel da Silva, oito anos, aluno da Escola Claudino Leal, espera um avanço do filho com a Cinoterapia. “O meu menino ainda tem um certo receio de animais, mas com Max ele interage e acredito que será muito boa a terapia para ele se relacionar melhor com as pessoas”, destacou.
De acordo com coordenadora do Projeto Bolinha de Pelo e Chefe do Departamento de Inclusão da Secretaria de Educação, Cássia Leôncio, a terapia assistida com o cão tem a proposta de desenvolver a motivação física e cognitiva. “Estudante de qualquer idade, a cada 15 dias, será atendido pelos “doutores” em um encontro que durará em torno de 50 minutos em média, seja individual ou em grupo, na sala de Recurso Multifuncional das escolas”, explica Leôncio. As atividades serão elaboradas e planejadas pelos professores especialistas em Educação Especial.
“Não há uma recomendação específica de quem pode ser ajudado pela Cinoterapia, qualquer paciente pode ser beneficiado, desde que não haja alguma contraindicação, como por exemplo, medo de animais, alergia ou problemas de respiração, entre outros", complementa. De acordo com Cássia Leôncio, dona de dois cães da equipe, nem todo animal nasceu para ser um terapeuta, pode assim dizer. "Ele precisa ser tranquilo, ter uma personalidade que as pessoas possam abraçar, beijar e apertar, sem que ele reaja", explica a proprietária de Max e Mel Silva Sena. Para terem atestados de cães doutores, os Golden Retriever passaram por uma avaliação veterinária, com vacinas atualizadas, foram vermifugados e receberam atestados médicos para tal atividade.
Durante um ano e meio com o trabalho voluntário no Projeto Bolinha de Pelo, Max ajudou a saúde de 22 pacientes atendidos, sempre no Centro Integrado de Atenção à Criança Professora Norma Coelho (CAIC), Peixinhos. Com o reforço de mais cinco doutores a expectativa é que este número cresça para 90 pacientes, que além do CAIC, a Cinoterapia estenderá para os estudantes das escolas Claudino Leal, Izaulina de Castro, Coronel José Domingos, Lions e Pró-menor.
Imprensa Olinda