No arcabouço comunicação e Pós-modernidade, muitos seriam os aspectos que caberiam ser ressaltados nestas linhas. E, de fato, assim buscaremos fazer, considerando a missão da revista Dialogus, que é ofertar o máximo de pontos de vista, capazes de contribuir com o raciocínio crítico e dialético do nosso leitor.
Entretanto, a imagem, ganha nesta reflexão, o epicentro da nossa atenção. Era o ano de 1990, quando mais uma guerra eclodia. Até ai, nada demais, afinal de contas, a história da humanidade sempre foi marcada por conflitos sangrentos ou não, que decidiram a que lado pertenceria o poder. Contudo, o conflito em questão era a Guerra do Golfo, a primeira a ser transmitida pela TV, em tempo real. Para alguns, data desse fato, o início da pós-modernidade.
Não por acaso, essa histórica transmissão tornou-se o divisor de águas em nossa comunicação. A partir daquele ano, não se poderia mais imaginar a sociedade sem os meios de comunicação. Quem assistiu a Guerra do Golfo, pela TV, optou por deixar o livro de lado e tornou-se mais um, entre milhões, a se perder em um labirinto de imagens, que deram vida ao iconocentrismo, ao simulacro, ao niilismo e à hiperrealidade – representação tecnológica da realidade, - que acentua a sensação do real, levando a uma realidade espetacular (LYON, 1998).
A concepção de tempo e espaço se ressignifica. Tudo sempre é um “presente” eterno e todo espaço é visto sob um ponto de vista em que a parte se torna um todo. Não há um centro. Não há profundidade. Surge o império da superfície, do temporário, do mutável, e, ao mesmo tempo, do heterodirigido. A identidade se rende à imagem que se quer aparentar. (KUMAR, 2006).
Paradoxalmente, esta época transforma o corpo em território do silêncio e em protagonista da comunicação. Nele, o silêncio habita, na medida em que os aparatos tecnológicos exigem a solidão, o isolamento em detrimento da comunicação interpessoal e a comunicação pós-moderna se consagra quando os adornos, o corte de cabelo, a roupa de grife, os músculos e o padrão de magreza - no caso das mulheres - dizem: “estou no páreo”.
A representação torna fácil encontrar a resposta para a clássica pergunta “ser ou não ser, eis a questão?”. Para cada uma das opções, há uma resposta adequada. Ser, quando não se quer aparentar e não ser, quando se quer aparentar. E, assim, o verbo se fez imagem, aonde verdadeiramente reside a essência, em tempos de pós-modernidade.
Adriana Amâncio é jornalista e radialista, formada pela Uninabuco e atualmente estuda o MBA em Publicidade e Marketing na Faculdade Fama