Após a polêmica e o pedido de desculpas nas redes sociais, a cerimonialista Lorena Machado passou a ser representada por um advogado, que remeteu uma nota oficial para quem quisesse ter outras informações sobre a polêmica. No documento, o advogado diz que “em momento algum a empresa quis enaltecer a escravidão” e que “o nosso país carrega tal responsabilidade histórica que assola a sociedade até os dias atuais”. Ainda reforça que o tema do evento é Imperial Garden, em alusão ao período Imperial, e difere do foi veiculado nas redes sociais. Leia a nota oficial na íntegra:
“O recorte de uma produção fotográfica para uma festa de debutante foi divulgado nas redes sociais. Segundo noticiado, seria uma festa com o tema escravidão. A Assessoria Jurídica das empresas envolvidas informa que em momento algum a produção do evento enalteceu o período escravocrata, no qual milhares de homens de mulheres foram escravizados.
O Brasil carrega a responsabilidade histórica de ter sido o último país do mundo a abolir a escravidão, gerando desigualdades e violências que perduram até os dias de hoje.
O tema do evento é Imperial Garden, em alusão ao período Imperial, diferentemente do veiculado nas redes sociais. As empresas envolvidas com o evento lamentam que o recorte do ensaio
fotográfico publicado nas redes sociais tenha assumido um caráter discriminatório. Por conta disto, assumem o compromisso público de reavaliarem seus processos internos de produção. Na oportunidade, e reconhecendo o erro, as envolvidas pedem sinceras desculpas pelo ocorrido e comprometem-se a abrir o diálogo com as instituições públicas e grupos ligados ao combate à discriminação racial e proteção de direitos do povo negro.
Respeitosamente,
HUGO LEONARDO PÁDUA MERCÊS,
OAB/PA 017.835″
A festa está agendada para o dia 26 de maio e que está aguardando o posicionamento da família da garota para decidir o que vai fazer. Enquanto isso, Bianka Castilho, mãe da debutante, comentou em uma das publicações. Assim como na nota ela reforça que eles queriam retratar a realeza e que essa é a história e faz parte da realidade vivida há bastante tempo. Bianka ainda questiona: “já pensou se todos os trabalhos cênicos como este fossem viralizados nas redes sociais como conteúdos deturpados?”. Ela complementa dizendo que tudo é um grande mal entendido. Veja:
Sinhá-Moça - O termo sinhá fez parte da linguagem popular brasileira, foi criado pelos escravos para denominar sua senhora, ou seja , a mulher de seus proprietários. Este representava a submissão e o pertencimento do escravo à senhora branca.Outro significado para o termo sinhá é mulher de boa família, bem educada, gente fina.
Os escravos utilizavam este termo de varias formas, tais como sinhazinha e sinhá-moça, para se referir à filha de seus patrões, Sinhô para referir-se ao seu patrão e também sinhozinho e Sinhô-moço eram usados para se referir aos filhos de seus patrões.
Esta palavra caiu em desuso no mundo contemporâneo, sua utilização em uma história atual é injustificável, pois hoje não existe nenhum tipo de relação escravo - senhora.
Na imagem podemos ver uma sinhá sentada na liteira - um meio de transporte usado pelos nobres do período colonial, que sentavam em uma espécie de cadeira fechada, com varas pelas quais os escravos os carregavam pelas ruas.
Com infomações do BuzzFeed, do Blog Afro Brasil 7C (Texto de Paolla Daud) e do site Janela Urbana (PA)