A vereadora Marielle Franco, 38 anos (completaria 39 no final de julho), foi assassinada quando voltava de uma roda de conversa com outras mulheres negras. Uma assessora a acompanhava. Um outro automóvel chegou junto do carro e atirou várias vezes, matando na hora Marielle e o motorista. A assessora escapou da morte. Estava selado o destino de uma mulher, negra, pobre e favelada. Mas que ousou ser a voz de uma comunidade inteira.
Mas essa matéria, até como uma homenagem pra ela, não vai ser para contar e recontar a sua morte, mas para evidenciar a sua vida e como ela foi construída para ser uma representação de outras Marielles que nascem e morrem todos os dias, em meio à violência, que não atinge apenas o Rio de Janeiro, mas o Brasil inteiro, seja pela violência urbana ou por feminicídio.
Marielle era socióloga com mestrado em Administração Pública. Se formou em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e fez seu mestrado na Universidade Federal Fluminense, ao defender a dissertação UPP A redução da Favela a tres letras. Uma análise da Política de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Antes de trilhar ela mesma na política, Marielle foi assessora parlamentar do deputado estadual Marcelo Freixo (PSol-RJ). Seu trabalho na Alerj tinha como objetivo acompanhar e desenvolver Políticas Publicas para Favelas. Assessora Parlamentar para acompanhar e desenvolver Políticas Públicas junto à Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da ALERJ. Ela também trabalhou em ONGs como a Viva Rio e o Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré, comunidade onde nasceu e ainda vivia.
Marielle Francisco da Silva nasceu no Rio de Janeiro no dia 27 de julho de 1979 e se criou no Complexo da Maré. Ela se elegeu vereadora nas eleições de 2016, obtendo 46 mil votos, sendo a quinta mais votada no Rio de Janeiro. Ela deixa uma filha de 20 anos.