Um estudo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) revela que cerca de 70% dos pacientes que realizam cirurgia bariátrica no Brasil são mulheres. De acordo com a entidade, as mulheres tendem a se importar mais com a questão estética e a perda de qualidade de vida relacionadas com o aumento de peso. Já no caso dos homens, a obesidade seria mais “tolerada” como um todo. Além disso, as mulheres em geral costumam procurar o médico com mais frequência e realizar as consultas preventivas e, os homens tendem a procurar o tratamento quando o quadro já é mais grave.
O cirurgião bariátrico Walter França, que já conta com cerca de 4 mil cirurgias bariátricas no currículo, garante que esse percentual é claramente percebido pela quantidade de mulheres que procuram atendimento em sua clínica, que funciona no Hospital Esperança, na Ilha do Leite. “Embora um recente estudo do Ministério da Saúde tenha revelado que o índice maior de sobrepeso no Brasil seja entre os homens, são de fato as mulheres as que mais nos procuram em busca do tratamento e da cirurgia bariátrica. Isso acontece principalmente em virtude de fatores que envolvem a vaidade e a autoestima delas, que costumam realizar exames com mais frequência que os homens”, explica.
De acordo com o cirurgião bariátrico Walter França os quilos a mais não interferem apenas na autoestima dos pacientes, mas colaboram para desencadear várias doenças como problemas cardiovasculares, câncer, depressão, hérnias, diabetes II, dermatites e dislipidemia(alteração do colesterol). Apnéia do sono, incontinência urinária, disfunções hormonais e erétil nos homens, doenças articulares e do refluxo, entre outros problemas, acometem que está bem acima do peso. Hoje já é possível operar um paciente com índice de massa corpórea (IMC) partir de 30, com doenças correlatas e, como qualquer outra cirurgia, a bariátrica tem riscos, mas as doenças relacionadas ao excesso de peso, matam muito mais. “O risco de óbito numa cirurgia bariátrica é de 0,3, já a obesidade mata 10 vezes mais”, relata o profissional.
Entre os procedimentos mais usados na cirurgia bariátrica estão o Bypass intestinal e o Sleeve. No Sleeve ou Gastrectomia Vertical, o estômago do paciente é grampeado em forma de tubo que vai do esôfago ao duodeno. Assim se reduz o estômago em até 80% do seu tamanho. O novo órgão fica com 150 ml a 250 ml e com forma parecida a um tubo gástrico.” Nessa redução se retira parte do fundo gástrico, região que produz o hormônio grelina, responsável pela sensação de fome. Após a cirurgia, o apetite diminui. Esse procedimento é indicado para paciente com obesidade 3 e mórbida principalmente o que possuem problemas intestinais ou quadro de anemia importante”, enfatiza.
No Bypass intestinal de Forbi Capella há um desvio do intestino delgado fazendo com que o paciente absorva menos gordura do que antes. Todo o intestino continua funcionando normalmente e a absorção de vitaminas e minerais permanece a mesma. “A média de perda de peso do paciente que se submete ao Bypass, oscila entre 40%, mas pode variar entre 25% e 55%”, relata a profissional.
ENCONTRO GRATUITO ESCLARECE DÚVIDAS SOBRE A BARIÁTRICA - Cada vez mais popular entre os tratamentos para combater a obesidade, a cirurgia bariátrica ainda é cercada de muitas dúvidas, principalmente por parte dos pacientes. Será que posso me submeter a esse procedimento? Vou poder comer como antes após a cirurgia? E a mulher que passa por uma cirurgia de estômago pode engravidar? Ela deve ter algum cuidado extra nesse período?
Essas e outras questões poderão ser esclarecidas no próximo dia 26 de março, a partir das 19h, no Hospital Esperança (7º andar do anexo 3), durante encontro gratuito e aberto ao público realizado pelo cirurgião bariátrico Walter França. Na ocasião, haverá palestra de nutricionista e psicóloga, bem como, depoimentos de pacientes já operados. Além de fazer uma explanação geral e esclarecer dúvidas sobre a bariátrica, o cirurgião Walter França irá repassar informações sobre o procedimento com uso da robótica, técnica minimamente invasiva capaz dar uma visão de 360 graus ao profissional, permitindo um campo 10 vezes maior da área a ser operada e uma recuperação mais rápida ao paciente.
MULHERES PODEM ENGRAVIDAR – Tal como acontece nos homens o excesso de peso, a obesidade também prejudica a fertilidade feminina e pode comprometer a gestação. No entanto, a cirurgia bariátrica permite que as mulheres operadas possam realizar o sonho da gravidez com mais facilidade e ter uma gravidez mais segura e saudável. Além disso, o tratamento cirúrgico da obesidade diminui as chances da futura mãe ter diabetes gestacional, eclampsia, parto prematuro ou até mesmo aborto espontâneo. Estudos mostram que engravidar com grande excesso de peso aumentam os riscos de a criança sofrer com o mesmo problema.
SERVIÇO:
Reunião Multidisciplinar da Obesidade
Quando: Nesta segunda-feira (26/03), às 19h
Local: Hospital Esperança (Ilha do Leite 7º andar do anexo 3)
Acesso: gratuito
Informações: (81) 3131.7887