Nos dias de folia, o empurra-empurra é uma certeza de todo folião.Frevo, muito calor e uma enorme aglomeração de pessoas por metro quadrado são algumas das características do Carnaval de Olinda e Recife. Porém, é quando as orquestras se calam que, muitas vezes, os problemas aparecem. As viroses são muito comuns nesse período, mas atitudes simples podem ajudar na prevenção.
Gripe, resfriado e mononucleose são algumas das doenças que costumam ser muito transmitidas nessa época. “Elas são todas viroses e os sintomas aparecem normalmente cerca de cinco dias após a infecção. Eles normalmente são febre, moleza no corpo e dor de cabeça”, destaca Ana Henriques, infectologista do Hospital Santa Joana Recife.
A aglomeração de pessoas também facilita a transmissão de conjuntivite. “Isso acontece porque as pessoas não higienizam as mãos de maneira correta durante os dias de folia e acabam levando o vírus para os olhos ao tocar na região”, descreve a médica. O cuidado com alimentação também deve ser redobrado para evitar problemas digestivos. “Muitas vezes, para não sair da brincadeira, o folião acaba comendo lanches vendidos em barraquinhas de rua. Comida contaminada pode levar a quadros de diarreia, por exemplo”, lembra Ana Henriques.
Um acessório que ocupa pouco espaço no bolso pode fazer a diferença na prevenção. “Na época em que estávamos no surto da gripe H1N1, todo mundo andava com um frasco de álcool em gel no bolso e o utilizava diversas vezes por dia. Aos poucos, as pessoas perderam esse hábito. No Carnaval, isso pode ser útil para evitar doenças”, explica a infectologista. Normalmente as viroses se curam após alguns dias, sem a necessidade de remédios. “É importante também se hidratar bastante e repousar. Elas costumam desaparecer em um período curto. Em caso de febre alta ou dores excessivas pelo corpo, é importante procurar atendimento médico”, avisa.
Cuidado com o mosquito!
Outra dica importante para quem vai brincar o Carnaval é nunca esquecer o repelente. “A incidência do mosquito Aedes aegyptiaumenta no verão. Além de transmitir a dengue, a zika e a chikungunya, ele também é o vetor da febre amarela”, avisa a médica. Apesar de Pernambuco não ser um dos Estados com surto da doença, o grande fluxo de turistas aumenta a chance de contato com o vírus. “Muitas pessoas de outros Estados costumam vir para cá durante as festividades de Momo. Os vírus podem estar circulando por aqui, então é bom prevenir”, alerta Ana Henriques.