Após o encontro do governador Paulo Câmara com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido divulgado nas redes sociais pelo próprio Câmara, a reação da militância petista foi imediata, com direito a posts críticos por parte de eleitores e militantes petistas. Que, aliás, lembraram que Câmara liberou secretários para votarem pelo afastamento de Dilma Rousseff, em abril de 2016.
A jurista Liana Cirne Lins, filiada ao PT desde o ano passado, foi uma das pessoas que reagiram contra a provável aliança entre PT e PSB: "Se tem uma coisa que a militância petista aprendeu com o golpe foi a ter mais voz ativa! Muitos erros que o PT cometeu foi por ter se afastado das bases. Bom. No que depender de nós esse erro não irá se repetir! Lula: estamos contigo, na tua defesa aguerrida. Mas em Pernambuco o PT é Marília Arraes!"
A pré-candidatura da vereadora do Recife, Marília Arraes, vem sendo permeada por idas ao interior do Estado por parte dela e seu nome é defendido abertamente pelos militantes. Outros nomes ventilados são o do deputado estadual Odacy Amorim e há quem fale numa chapa PT-PSB com Paulo Câmara candidato à Reeleição e o ex-prefeito do Recife, João Paulo, como candidato a vice.
Nacionalmente, as esquerdas estão construindo uma frente para enfrentar as reformas e reconstruir o projeto político com viés progressista. Mas no plano estadual, os partidos devem sair em várias candidaturas, a exemplo do PSol, que lançou o nome da advogada Danielle Portela. E a militância petista, ao contrário da cúpula, insiste na candidatura própria, com o nome de Marília à frente.
Marília está no terceiro mandato como vereadora do Recife e começou na política pelo PSB, partido então liderado por seu avô, Miguel Arraes (1916-2005). Ela é prima do ex-governador Eduardo Campos (1965-2014). Deixou o PSB depois do apoio deste partido à cassação de Dilma e filiou-se ao PT em 2016. Hoje integra a bancada de oposição ao prefeito Geraldo Júlio (PSB).