Enquanto caciques do DEM garantem que Rodrigo Maia será lançado como único pré-candidato do partido à Presidência em fevereiro - semanas depois do julgamento de Lula e da última chance de votação da reforma da Previdência -, o homem mais forte da Câmara dos Deputados se articula para reverter uma difícil contradição.
Em entrevista à BBC Brasil na Embaixada brasileira em Washington, onde se hospedou durante viagem oficial de cinco dias aos Estados Unidos, Maia afirmou que tem mais apoio dentro do parlamento do que nas ruas - e disse que sua agenda política "não gera empatia inicial" na sociedade, apesar de ser "importante para o futuro" do País porque não é "populista ou demagoga".
"Eu não sou carismático, não sei contar piadas, não tenho frases de efeito. Então, sair de um patarmar de 1% das intenções de voto para 7% ou 8% não é um caminho fácil", ponderou, acrescentando que "quase não teve votos suficientes" para se eleger deputado federal pelo Rio de Janeiro em 2014 (29º candidato mais votado do Estado, ele só foi para Brasília graças aos votos de sua coligação, puxada pelo PMDB).
Dentro do parlamento, entretanto, uma coleção de vitórias políticas marcantes - como a reeleição na presidência da Casa e as aprovações do teto de gastos e da reforma trabalhista -, somadas ao respeito do presidente Michel Temer e à simpatia de representantes de diferentes legendas, transformaram a pré-candidatura de Maia ao Planalto em realidade.
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