O Facebook admitiu nesta segunda-feira (22/01) que não pode oferecer garantias de que as redes sociais não representam um perigo para a democracia. A empresa, no entanto, afirmou que está fazendo de tudo para reduzir riscos de interferências em eleições.
"Apesar de ser um otimista, não ignoro os perigos que a internet pode provocar, mesmo no seio de uma democracia que funciona bem", disse o diretor de produto do Facebook Samidh Chakrabarti, num texto divulgado na rede social.
O Facebook é alvo de críticas por fazer pouco para impedir a propagação de notícias falsas, as chamadas fake news, na plataforma. O tema tornou-se uma questão global após as acusações de que a Rússia tentou desta maneira influenciar as eleições nos Estados Unidos, França e Reino Unido. Moscou nega as acusações.
Segundo Chakrabarti, o Facebook, que possui mais de 2 milhões de usuários, tem o dever moral de entender como sua tecnologia está sendo usada e o que deve ser feito para se tornar uma plataforma mais confiável possível.
O diretor admitiu também que a empresa demorou em perceber que "pessoas mal-intencionadas estavam utilizando a plataforma de maneira abusiva". Ele assegurou que o Facebook está trabalhando para neutralizar esses riscos.
Chakrabarti lamentou ainda a maneira como a plataforma foi usada durante as eleições americanas em 2016. O Facebook identificou 80 mil mensagens criadas por agentes russo que alcançaram 126 milhões de pessoas em dois anos.
Em um comunicado distinto, a encarregada das questões ligadas à política do grupo baseado na Califórnia, Katie Harbath, afirmou que a plataforma continua determina a combater as influências negativas e contribuir para o bem da democracia.
Recentemente, a empresa anunciou que dará prioridade aos conteúdos publicados por familiares e amigos em detrimento dos perfis de empresas, marcas ou meios de comunicação social. No início do ano, fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, reconheceu ter subestimado em 2016 o seu papel na propagação de informações falsas.
Deustche Welle