Quem esteve na Escola de Artes João Pernambuco na noite desta segunda (11) não imaginaria que assistiria uma aula de História. Não uma aula comum, com lousa, cadeiras e um professor que passasse datas e fatos, mas sim, uma história viva, com gente que existiu, resistiu e fez história nas terras onde hoje vivemos.
Falo de personagens como a luso-brasileira Branca Dias (aqui interpretada por Patrícia Assunção), cristã-nova (cristãos novos eram judeus forçadamente convertidos ao catolicismo e que, na verdade, praticavam secretamente os rituais e as orações do judaísmo). Branca era uma mulher forte, que por não negar sua fé judaica enfrentou a cadeia, as humilhações, a longa viagem em caravelas ao lado de seus 11 filhos (dois deles portadores de deficiência) e ao chegar a Pernambuco, ainda convive com a decepção do adultério de seu esposo Diogo Fernandes (interpretado por Geraldo Cosmo).
Destaco também as atuações viscerais de Francis de Souza (Madalena, a amante-concubina de Diogo Fernandes), Dul Santos (Briolanja Fernandes, a filha bastarda de Madalena e Diogo) e Cláudia Alves (Brites Fernandes). Outro personagem histórico retratado na peça foi Bento Teixeira (Pedro Dias), professor e poeta, cuja obra, Prosopopeia foi a que deu início ao Barroco na Literatura Brasileira.
Eu poderia falar mais ainda da Senhora de Engenho - Entre a Cruz e a Torá mas não escreverei mais uma linha aqui no blog. A viagem histórica é única e só quem assiste a peça é capaz de se transportar para o Engenho Camaragibe do Século XVI. E você que lê meu texto, pode ficar tranquilo. Em 2018, Senhora de Engenho vai ter nova temporada.
Realização: Projeto Porta Aberta.
Produção: Companhia Popular de Teatro de Camaragibe
Produtora: Patrícia Assunção
Produção Executiva: Juvino Agner
Texto: Miriam Halfim
Encenação, Programação Visual e Seleção Musical: Emanuel David D’Lucard
Assistente de Encenação e Operadora de Som: Fabiana de Souza
Direção de Arte: Lupercio Kallabar e Bernardo Junior
Preparação Corporal: Anderson Henry
Divulgação: Pedro Dias
Contrarregras: Edson Rodrigues e Josinaldo Alves.
Assessoria e Consultoria Histórica e Religiosa: Tânia Kafman e Suzana Veiga
Figurino, Pesquisa e Execução: Francis de Souza
Designer de Luz: João Paulo e Geraldo Cosmo
Confecção do Cenário e Adereços: Bernardo Junior
Operador de Luz: João Paulo
Fotografia: Pedro Portugal e Carlos Kamara
Filmagem/Edição: Sérgio Gusmão e Ambar Produções
Plano de Maquiagem: Cláudia Alves
Execução do Projeto: Lúcio Fábio
Intérprete de LIBRAS: Leonardo Ramos
No Elenco: Barbara Warner, Claudia Alves, Dul Santos, Euclides Farias, Francis de Souza, Geraldo Cosmo, Lom Paz, Maria Eduarda Salustiano, Patrícia Assunção, Pedro Dias, Yah Vasconcelos, Wanderson Oliveira e William Gomes