O ativista integrante da comunidade mapuche Rafael Nahuel foi assassinado, neste sábado (25), durante uma reintegração de posse realizada pela polícia argentina na comunidade Lof Lafken Winkul Mapu, localizada na Villa Mascardi, em Bariloche, no sul da Argentina. Além do assassinato de Rafael, outras duas pessoas ficaram feridas por disparos de bala.
Os membros da comunidade mapuche protestavam contra a reintegração de posse e foram reprimidos por agentes da Polícia Nacional argentina, que dispararam com armas de fogo contra os manifestantes.
O assassinato de Nahuel coincidiu com o velório de Santiago Maldonado, vítima de desaparecimento forçado após a repressão contra uma manifestação de apoio à comunidade mapuche na província argentina de Chubut, na região patagônica do país. Santiago desapareceu no dia 1° de agosto deste ano e seu corpo foi encontrado no dia 18 de outubro, após mais de setenta dias de seu desaparecimento.
Neste domingo (28), cerca de 250 pessoas, como informa o Resumen Latinoamericano, foram às ruas de Buenos Aires, capital do país, para protestar contra o assassinato do jovem mapuche. A manifestação reuniu integrantes de organizações dos povos originários, de defesa dos direitos humanos e outras organizações que criticaram o "avanço violento das forças de segurança que já tirou a vida de Santiago Maldonado e de Rafael Nahuel".
Na cidade de Bariloche, cerca de duas mil pessoas se manifestaram contra o assassinato. Os manifestantes exigiram uma resposta imediata do governo argentino, considerado responsável pela perseguição ao povo mapuche.
O Ministério da Segurança Nacional informou, em um comunicado oficial, que a Prefeitura efetuou disparos de bala após serem atacados por pessoas da comunidade. No entanto, alegam que os disparos ocorreram na direção das árvores do local e não contra as pessoas presentes.
Brasil de Fato