No Sertão do Araripe pernambucano vive o rapper e cordelista Júnior Baladeira, um artista que traz uma obra intensa e interessantíssima pautada entre a música e a poesia, especificamente o Rap e a Literatura de Cordel.
Mesmo atuando na arte desde o início dos anos 2000, foi a cerca de 07 anos que decidiu tomar sua obra cultural como meta em sua vida, assim, lançou seus primeiros trabalhos (CD, livro de poesias e cordéis) e não parou mais de produzir, de lá pra cá, 03 Cd´s e quase 30 livretos de cordel já foram lançados pelo artista.
A sua obra musical traz uma fusão muito interessante do Rap aos ritmos da cultura popular, Ciranda, Coco, Maracatu e Baião são apenas algumas das expressões fundidas aos seus Rap´s que trazem nas letras uma intensa bagagem de vivência do artista no meio das expressões da cultura popular, nos escritos, é notável perceber também a presença de diversas métricas aplicadas na Literatura de Cordel onde o poeta trafega entre cânticos e declamações dando um tom realmente diferente para sua obra.
Historiador por formação, ele traz a nos seus cordéis dezenas de trajetórias de personalidades nordestinas como Lampião, Luiz Gonzaga e Padre Cícero, fatos históricos do Nordeste e temas de interesse do povo dessa região, além de escrever, Júnior Atua declamando e dando oficinas de Cordel em todo o Brasil, ajudando a manter viva essa importante tradição cultural.
O fato de trazer esse intenso diálogo entre expressões é justamente o que há de mais especial na obra de Júnior Baladeira, não tem uma maneira de dizer o que prevalece, se o seu trabalho como cordelista ou como rapper. Podemos defini-lo como um poeta versátil que faz o universo do Rap beber na fonte do Sertão e leva o cordel para dar um passeio criativo nas batidas mais intensas da música do Hip Hop.
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