O adolescente acusado de abrir fogo contra alunos da escola Goyases, em Goiânia (GO), deixou a Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), onde estava detido deste sexta-feira (20/10), e foi encaminhado a um centro de internação. A transferência ocorreu nesta segunda-feira (23), por volta das 17h40.
Por questões de segurança, as autoridades não informaram se a unidade onde o jovem de 14 anos permanecerá internado fica na capital ou no interior do estado.
Decisão judicial do último sábado (21) determinou a internação provisória do menor por 45 dias, prazo estimado para o processo ser concluído e a sentença da Justiça sair, conforme prevê Estatuto da Criança e do Adolescente.
Tragédia - O ataque praticado pelo adolescente de 14 anos contra colegas de classe resultou na morte dos estudantes João Pedro Calembo, 14, e João Vitor Gomes, 13. Outros quatro jovens ficaram feridos; três ainda seguem internados no hospital. Segundo autoridades, o autor dos disparos sofria bullying na escola, o que teria motivado o ataque.
Melhora Clínica - Dois dos quatro adolescentes feridos por tiros disparados por um colega de classe no Colégio Goyases, na última sexta-feira (20/10), tiveram melhora em seus quadros clínicos. Segundo o último boletim divulgado nesta segunda (23) pelo Hospital de Urgência e Emergência de Goiânia (Hugo), a estudante Isadora de Morais, de 14 anos, não se encontra mais em estado grave. Já Marcela Rocha, de 13, teve alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.
Atingida por três tiros – um na mão, um na nuca e um no tórax –, Isadora deu entrada no Hugo, na última sexta (20), em estado grave. A adolescente foi submetida a procedimentos cirúrgicos para drenagem de fluidos do pulmão e permaneceu, nos dias seguintes, sedada e entubada. Segundo informações do hospital, Isadora teve o estado de saúde atualizado para “regular”. A adolescente segue orientada, consciente, com respiração espontânea, mas ainda internada na UTI.
No último sábado (21), um tio da garota afirmou ao Metrópoles que a jovem corria o risco de ficar paraplégica. O familiar relatou que, após sair da sedação, Isadora chegou a abrir os olhos e mexer a cabeça.
Também internada no Hugo, Marcela Rocha recebeu alta da UTI na manhã desta segunda (23) e continuará o tratamento em um leito na enfermaria do hospital. Neste momento, a adolescente também se encontra orientada, consciente e com respiração espontânea.
Bullying - pai do aluno de 14 anos que atirou contra colegas dentro de uma escola de Goiânia prestou depoimento na Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai) na manhã desta segunda-feira (23). Ele, que é policial militar, chegou por volta de 9h15 e não quis gravar entrevistas.
O depoimento durou cerca de 1h30. O pai do aluno estava acompanhado da advogada. "Ele [pai] estava sereno, tranquilo, mas muito abalado com o que aconteceu. Ninguém sabia que ele sofria bullying, foi uma surpresa para todos", disse o escrivão Marcos Paulo Passos, que colheu o depoimento.
Após a oitiva, ele e a defensora ficaram em uma sala reservada por alguns minutos e, em seguida, deixaram o local às 11h35. O pai não quis falar sobre o assunto. "Eu pretendo falar em outra oportunidade, em outro momento", disse.
No depoimento, o pai relatou à polícia que nunca recebeu reclamações do filho sobre comentários ou atitudes ofensivas. Com relação à arma, o policial militar explicou ela estava descarregada e em cima do guarda roupas. Já a munição ficava trancada em uma gaveta em outro quarto. Ele explicou ainda que não sabe como o filho conseguiu a chave para ter acesso às balas.
O escrivão informou ainda que, durante o depoimento, o pai falou que o adolescente nunca teve acesso a arma, pediu para vê-la ou atirar.
A Polícia Civil também apreendeu o tablet do adolescente, que vai ser periciado para saber se o aluno fazia pesquisas sobre arma ou como planejou o crime.
Internada - A mãe do adolescente está internada desde o dia do atentado no Colégio Goyases, em Goiânia, segundo informou a advogada da família, Rosângela Magalhães, nesta segunda-feira (23). Os tiros disparados pelo filho da policial militar deixaram dois alunos mortos e quatro feridos.
Devido à situação da mãe, ela ainda não viu o filho desde que a tragédia aconteceu. A advogada não informou em qual hospital a cliente está e disse não saber se há previsão de alta.
Com informações dos portais G1 e Metrópoles (DF)