O texto a seguir é de Jorge de Souza, produtor e diretor teatral, que assistiu o encerramento da temporada da peça Ana de Ferro - Rainha dos Tanoeiros do Recife:
Tive o prazer de assistir sábado (23), o último espetáculo da primeira temporada de Ana de Ferro, peça que narra um momento crucial na história de Pernambuco, dando sequencia a trilogia iniciada com a genial Senhora de Engenho, ajudando, mesmo com alguns momentos de licença ficcional, a compreensão do Brasil Colonia. Ana não é teatro como a anterior, é simplesmente um espetáculo com grandes acertos e momentos de justos aplausos, como é o caso da trilha e sua cantora, as presenças marcantes de Geraldo Cosmo e Pedro Dias , o figurino, o cenário e as marcas, linda a cena de Ana dançando ao som do atabaque, linda a morte do pastor, a morte do inspetor numa coreografia genial de capoeira, dando um desconto no texto, que, as vezes fica discursivo, a direção se sobressai em crescente, nunca deixando a monotonia surgir, o tempo é perfeito, terminamento certo. A protagonista consegue atravessar todo o ESPETÁCULO, do inicio a termino, quase sem sair de cena, com bastante fôlego e determinação, todas as mulheres estão afinadas, belas em cena! O elenco masculino mais jovem mostram que tem capacidade para estarem mais afiados numa próxima e aguardada temporada. Parabéns ao menestrel, e ao processo quase cinematográfico das cenas bem urdidas! São em momentos como este que a grandeza do fazer teatro mostra o quanto seu poder é eterno.
ator, diretor de teatro e cinema, professor,produtor cultural e diretor da Casa da Cultura.