A participação popular no processo de eleição de uma assembleia constituinte neste domingo (30) na Venezuela não foi suficiente para impedir as ações violentas — algumas terroristas — da oposição do país e provocar, de acordo com a imprensa venezuelana, a morte de 19 pessoas.
De acordo com o ministro da Defesa, Padrino López, nenhuma das mortes pode ser atribuída à Polícia Nacional Bolivariana. Da mesma forma, o porta-voz do governo e prefeito do município de Libertador, Jorge Rodríguez, reiterou: "É mentira que houve sete mortos em torno do evento eleitoral, é completamente falso, e veja que os guarimberos (manifestantes opositores) tentaram hoje e não conseguiram".
Terrorismo
Em uma ação terrorista, pessoas contrárias ao governo de Nicolás Maduro plantaram artefatos explosivos em uma barricada que, ao serem acionados, explodiram ferindo pelo menos sete efetivos da Polícia Nacional Bolivariana.
O ato ocorreu nas proximidades da Praça França, também em Altamira, por volta das 13h (horário local, 14h de Brasília).
Segundo informações do Jornal Ciudad Caracas, cinco civis e sete policiais da Guarda Nacional ficaram feridos e várias das motos foram incendiadas pela força dos explosivos.
Essa é uma segunda vez que uma explosão planejada é realizada contra o corpo da Guarda Nacional Bolivariana. Em 11 de julho, outros sete efetivos da GNB foram feridos com queimaduras de segundo e terceiro grau quando foram atingidos por um artefato, também em Altamira.
Às 17h20 (horário local, 18h20 de Brasília), nossa reportagem percorreu avenidas do município Chacao, no leste de Caracas, perto de onde ocorreu o ataque à polícia bolivariana. As ruas secundárias estavam todas impedidas. Apesar de muitas barricadas, o clima estava tranquilo entre os manifestantes. Havia camionetes da Cruz Vermelha da Venezuela percorrendo cada uma das barricadas, como se estivesse protegendo os manifestantes. “Está tranquilo agora, mas logo mais começa a briga”, disse o taxista.
Mortes
Neste domingo, a imprensa venezuelana tem divergido, durante todo o dia de hoje, sobre o número de mortos relacionados aos conflitos. Levantamentos iniciais apontam que 19 pessoas teriam morrido, todas relacionadas com ataques violentos contra o processo Constituinte.
O Ministério Público informou que vai investigar o caso e reconhece a morte de oito pessoas, sendo três no estado fronteiriço de Táchira, três em Mérida, uma em Lara e uma em Sucre. De acordo com o organismo, em Táchira estão sendo investigadas a morte de dois adolescentes, um de 13 e outro de 15 anos, ambos por armas de fogo, que teria ocorrido durante manifestações realizadas hoje.
Ainda de acordo com o Ministério Público, dois policiais municipais de Cumaná serão imputados pela morte de um homem. Em seu Twitter, o organismo afirmou que o "Ministério Público vai imputar três pessoas por subtrair um fuzil e uma máquina de votação em Zúlia.
Brasil de Fato