quarta-feira, 26 de julho de 2017

Servidores federais podem não ter reajuste em 2018

O Palácio do Planalto avalia a possibilidade de adiamento do reajuste dos salários de várias categorias de servidores em 2018. Segundo informou um integrante do governo, este cenário é analisado na elaboração da Proposta de Lei Orçamentária (PLOA), que será enviada ao Congresso no fim de agosto.

Esta será uma das medidas a serem discutidas nesta quinta-feira (27/7) pela equipe econômica para melhorar o resultado fiscal. Um integrante da equipe econômica informou que o governo vai revisar todos os itens de despesa para 2018 e também 2017.

O aumento do gasto de pessoal com o reajuste do funcionalismo em 2018 está estimado em R$ 22 bilhões. Ao longo deste ano, o custo foi de cerca de R$ 26 bilhões. Com a piora das contas públicas, cresceu no governo a pressão para o adiamento dos reajustes. Eles foram concedidos pelo presidente Michel Temer (PMDB), mas negociados pela presidente cassada Dilma Rousseff (PT).

O governo enfrenta dificuldade para cumprir a meta fiscal deste ano, já que depende de muitas receitas extraordinárias que podem não ocorrer até o fim do ano. Além disso, a meta fiscal de 2018, de déficit de R$ 129 bilhões nas contas do governo federal, é considerada muito apertada diante do cenário ainda de lenta recuperação econômica.

Interlocutores de Temer avisaram nesta quarta-feira (26) que a ala política do governo não decide nada sobre medida econômica. Ninguém da ala política vai interferir sobre qualquer decisão que implique análise técnica e econômica nas decisões dos ministérios da Fazenda, Planejamento e Banco Central, disse um assessor do presidente.

Segundo os assessores do presidente, mesmo uma eventual mudança de meta fiscal só será discutida pelo presidente se houver decisão técnica da equipe econômica. Só ela poderá abrir esse debate dentro do governo. Uma fonte palaciana destacou que será o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que “fechará e abrirá” a discussão sobre mudança de meta.

Por enquanto, o governo está focado na discussão do aumento de PIS e Cofins sobre combustíveis, que foi suspenso pela Justiça Federal no Distrito Federal. A urgência é tentar derrubar a decisão e ter alternativas caso a decisão seja mantida.

Portal Metrópoles (DF)