Professores da rede municipal de ensino do Recife interditaram os dois sentidos da Avenida Cais do Apolo, área central da cidade, em frente à sede da prefeitura nesta terça-feira (25). O protesto na via teve início às 11h e terminou por volta das 17h, segundo a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU). A manifestação da categoria, que também acampou no prédio da gestão municipal desde a noite da segunda-feira (24), é por aumento salarial e melhoria nas condições de trabalho nas escolas.
O ato foi organizado pelo Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial de Ensino do Recife (Simpere). De acordo com o sindicato, a mobilização foi decidida em assembleia para pressionar a gestão municipal. Não foi divulgada, nem pela organização nem pela Polícia Militar, uma estimativa de participantes do protesto.
A ocupação do prédio-sede começou na tarde de segunda-feira (24) e foi encerrada às 16h15 desta terça-feira, segundo a Prefeitura. O protesto aconteceu no mesmo andar onde fica o gabinete do prefeito Geraldo Julio (PSB).
Segundo Simone Fontana, presidente do Simpere, houve quatro reuniões entre a prefeitura e a categoria e a expectativa dos professores é de falar diretamente com o gestor municipal. “Queremos o reajuste de 7,63%, que foi dado pelo Ministério da Educação. A intenção da prefeitura é de reajuste zero. Queremos um novo percentual, porque isso não é proposta”, disse.
Ainda segundo Simone Fontana, na noite da segunda-feira (24), no fim do expediente da prefeitura, os professores se recusaram a sair do prédio e, por isso, foram desligadas as luzes do local e fechados os banheiros. Segundo a prefeitura, foi disponibilizado aos manifestantes o acesso às escadas e aos elevadores do prédio, podendo sair a qualquer momento.
Nota Oficial - Em nota, a Prefeitura do Recife afirmou ter sido “surpreendida” pela ocupação da recepção do 9º andar do edifício-sede e que “durante todo o período da invasão, os manifestantes tiveram e continuam tendo acesso ao elevador e à escada caso queiram sair do prédio”.
Na nota, a prefeitura afirmou que “medidas vêm sendo adotadas, desde 2013, no sentido de valorizar o corpo docente do Recife”. As secretarias de Governo e Participação Social e de Educação do município informaram que “mantiveram diálogo, durante toda a tarde de segunda-feira (24)” e que, nos últimos anos, a prefeitura pagou os percentuais de aumento para os professores da rede municipal de ensino, respeitando, assim, a Lei do Piso, valor estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC).
Na tarde desta terça (25), após o término da ocupação, a gestão municipal informou que uma comissão do Simpere foi recebida pelo secretário de Governo e Participação Social, Sileno Guedes, e pelo chefe de gabinete do prefeito, Marconi Muzzio. Durante a reunião, foi acordada a realização de três encontros entre a categoria e a gestão municipal para dar andamento às negociações salariais. Uma das reuniões entre o sindicato está prevista para quinta-feira.
Denúncia - O vereador do Recife, Ivan Moraes (PSol) manifestou solidariedade aos professores: "É esse o tratamento que o prefeito Geraldo Julio (PSB) dispensa às professoras e professores do Recife. Alguns docentes passaram a madrugada no 9° andar, onde fica o gabinete do prefeito, sem água, luz e acesso a banheiros. Foram à PCR para abrir o canal de negociação com a gestão, que insiste no reajuste zero. Vale lembrar que o Recife descumpre a lei federal que determinando piso salarial da categoria".
Já o deputado estadual Edilson Silva, também do PSol deu o seguinte depoimento em seu facebook:
Cheguei hoje na PCR e a primeira coisa que fiz foi conversar com as lideranças sindicais que dirigiam uma assembleia em frente ao Prédio. Após me certificar bem do quadro político, subi ao 6° andar para conversar com os responsáveis pela área de Direitos Humanos da PCR. Fui bem recebido e disse que estava ali principalmente pelas denúncias de violação de direitos humanos dos ocupantes, que estavam sem água, banheiro e comida há mais de 24 horas.
Após sensibilizar os responsáveis e me certificar que estavam alheios ao processo, pedi que ficassem de prontidão para o caso de a ocupação continuar e termos que garantir condições mínimas de humanidade para os ocupantes. Eles concordaram.
Após isso, fui para o 9° andar onde estava a ocupação. A situação era deplorável. Tiveram que improvisar um banheiro num biombo feito por bandeiras do sindicato, onde urinavam numa lixeira. Os banheiros do andar estavam com cadeados. Tortura psicológica. Desumanidade.
Os professores/as que ocupavam decidiram desocupar o espaço. Busquei garantir um processo transparente de desocupação, mas antes lhes disse que estava ali para mediar, mas que tinha s tenho lado: o dos trabalhadores/as, e que estava ali à disposição para o que desse e viesse.
A desocupação foi feita, mas o ato corajoso e revolucionário dos ocupantes deixou marcas profundas de bons exemplos e garantiu a reabertura de um processo de negociação.
Valeu a luta! Mas valeu também pela experiência de ver e sentir até onde a visão de mundo do PSB no poder vai. Foi brutal o que fizeram. Coloquei-me à disposição para denunciar via os movimentos e instituições de defesa dos direitos humanos esta desumanidade da gestão do prefeito Geraldo Júlio, que tem o PC do B na vice prefeitura. Coisa feia!!!"
Veja o vídeo a seguir, de Marina Pres, militante do Simpere, que estava entre os 30 professores:
Cheguei hoje na PCR e a primeira coisa que fiz foi conversar com as lideranças sindicais que dirigiam uma assembleia em frente ao Prédio. Após me certificar bem do quadro político, subi ao 6° andar para conversar com os responsáveis pela área de Direitos Humanos da PCR. Fui bem recebido e disse que estava ali principalmente pelas denúncias de violação de direitos humanos dos ocupantes, que estavam sem água, banheiro e comida há mais de 24 horas.
Após sensibilizar os responsáveis e me certificar que estavam alheios ao processo, pedi que ficassem de prontidão para o caso de a ocupação continuar e termos que garantir condições mínimas de humanidade para os ocupantes. Eles concordaram.
Após isso, fui para o 9° andar onde estava a ocupação. A situação era deplorável. Tiveram que improvisar um banheiro num biombo feito por bandeiras do sindicato, onde urinavam numa lixeira. Os banheiros do andar estavam com cadeados. Tortura psicológica. Desumanidade.
Os professores/as que ocupavam decidiram desocupar o espaço. Busquei garantir um processo transparente de desocupação, mas antes lhes disse que estava ali para mediar, mas que tinha s tenho lado: o dos trabalhadores/as, e que estava ali à disposição para o que desse e viesse.
A desocupação foi feita, mas o ato corajoso e revolucionário dos ocupantes deixou marcas profundas de bons exemplos e garantiu a reabertura de um processo de negociação.
Valeu a luta! Mas valeu também pela experiência de ver e sentir até onde a visão de mundo do PSB no poder vai. Foi brutal o que fizeram. Coloquei-me à disposição para denunciar via os movimentos e instituições de defesa dos direitos humanos esta desumanidade da gestão do prefeito Geraldo Júlio, que tem o PC do B na vice prefeitura. Coisa feia!!!"
Veja o vídeo a seguir, de Marina Pres, militante do Simpere, que estava entre os 30 professores: