Presidente da Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess), Breno Monteiro esteve hoje em Pernambuco. A convite do Presidente do Sindicato dos Hospitais de Pernambuco (Sindhospe), Severino Omena, o encontro foi o primeiro entre as instituições realizado no Estado e teve como finalidade, dentre tantas, discutir o reajuste da Tabela SUS e a implementação de uma sucursal da Federação por aqui. A ideia é que os associados tenham acesso às ações desenvolvidas nacionalmente.
Sobre isso, o presidente da Federação dos Hospitais Filantrópicos do Estado de Pernambuco (Fehospe), Fernando Costa, disse que há 10 anos a Tabela SUS (padrão de referência para pagamento dos serviços prestados por estabelecimentos conveniados e filantrópicos que atendem a rede pública de saúde) está defasada para procedimentos de média e baixa complexidade e, por isso, vem afetando a musculatura financeira de boa parte das Santas Casas e dos hospitais filantrópicos do Brasil.
“A cada R$ 100 investidos em procedimentos de baixo ou médio custo, apenas R$ 65 são remunerados pelo Sistema Único de Saúde. O restante é financiado via empréstimos bancários”, explicou Costa. Sem margem, as dívidas das casas de saúde do País chegam a aproximadamente R$ 25 bilhões. Atualmente, existem 2.100 instituições filantrópicas, sendo 28 no Estado.
Segundo o presidente da Fenaess, Breno Monteiro, a questão tem provocado a expulsão de muitas unidades de saúde do Sistema. “Isso porque, todos os anos, os custos básicos são reajustados, como energia e medicamentos, enquanto a tabela vive o mesmo cenário há anos”, afirmou, ressaltando que, apesar disso, o Governo Federal não toma qualquer iniciativa para reverter a situação. “Pelo contrário, o orçamento do Ministério da Saúde aumenta todos os anos”, revelou.
Para se ter ideia, 50% dos atendimentos do SUS é feito por meio dos hospitais filantrópicos e privados. Imip, Hospital Maria Lucinda e Santa Casa da Misericórdia são exemplos em Pernambuco e que dependem de financiamentos público e privado para sobreviverem. Na opinião do gerente-executivo do Sindhospe, Ibere Monteiro, é urgente discutir a correção dos procedimentos pelos índices inflacionários acumulados, pois, do contrário, os centros médicos sentirão as perdas, o que pode refletir negativamente no atendimento à população.