Cerca de 200 pessoas ocuparam, por volta das 15h30 desta quarta-feira (31), a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, na Avenida São João, centro da capital, para exigir a saída do secretário André Sturm, que na segunda-feira (29) ameaçou agredir um ativista culturaldepois de ser questionado sobre o desmonte de uma casa de cultura na zona leste da cidade. O grupo passou pelo bloqueio da Guarda Civil Metropolitana e ocupou o saguão do prédio, aos gritos de "Fora, Sturm!". Minutos depois, foram até a entrada do gabinete do secretário, aos gritos de "vem bater na cara".
A marcha que resultou na ocupação foi iniciada por volta das 13h, na Praça das Artes, na mesma avenida. Os artistas consideram que, além do congelamento de verbas e do esvaziamento de diversos programas culturais sob a gestão de João Doria (PSDB), a tentativa de agressão foi a gota d'água para exigir a saída de Sturm.
O presidente da Cooperativa Paulista de Teatro, Rudifran Pompeu, afirmou à RBA que "o secretário não tem condições de ocupar o cargo que já foi de Mário de Andrade. Já tivemos discussões tensas e debates acirrados, mas nunca tinha visto uma ameaça desse tipo. Se Doria tem alguma decência, tem de demitir o Sturm."
Vander Che, grafiteiro e integrante do coletivo cultural de Ermelino Matarazzo, onde ocorreu a tentativa de agressão, contou que, além de reivindicar a demissão, o grupo registrou boletim de ocorrência pela "atitude grotesca" de Sturm. "Esse secretário não representa ninguém que trabalha com arte e cultura na cidade de São Paulo."
Presente no protesto que originou a ocupação, o deputado estadual Carlos Giannazi (Psol) afirmou que o prefeito João Doria patrocina um verdadeiro desmonte de diversas políticas públicas da cidade, como as culturais. "Ele só pensa em privatizar, é simplesmente um empresário, não um gestor público."
Giannazi adiantou que propôs uma audiência pública na Assembleia Legislativa, no próximo dia 9, para debater o assunto. Segundo ele, todos os problemas relatados serão encaminhados ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do município.
Rede Brasil Atual