O governo de Israel deu sinal verde neste domingo (07/05) a uma emenda na lei do Estado-nação para eliminar o árabe como idioma oficial e determinar que Israel é “o Estado-nação do povo judeu”, proposta que agora será submetida a votação no Parlamento.
O Comitê de Legislação Ministerial defendeu durante sua reunião o projeto, que mantém o hebraico como idioma oficial e concede à língua árabe um "status especial" dentro do país. Além disso, determina que Israel é “o Estado-nação do povo judeu”, que tem “exclusividade” no direito à autodeterminação no território, informou o jornal Haaretz.
A proposta, que tem sido considerada há anos, tem que ser revisada pelos deputados no Parlamento (Knesset). Esse é o resultado de um debate criado precisamente para dar caráter de lei à ideia de que Israel é o Estado-nação do povo judeu, uma noção que conta com o apoio do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
O promotor deste projeto, Avi Ditcher, deputado do partido encabeçado por Netayahu, parabenizou por este "grande passo para estabelecer identidade".
Os árabes-israelenses no país, a maioria palestina com nacionalidade israelense, compõem cerca de 20% da população e em diversas ocasiões denunciaram serem discriminados por instituições oficiais.
O novo projeto de lei diz também que aqueles que falam árabe "têm direito a serviços estatais com idioma acessível" e estabelece que "cada morador de Israel, sem distinção de religião ou origem, tem direito a trabalhar para preservar sua cultura, herança, linguagem e identidade".
Ayman Odeh, parlamentar líder da Lista Árabe Unida, coalizão de partidos que representam cidadãos palestinos de Israel, afirmou que o projeto de lei “massacra os direitos das minorias”. “A lei da nacionalidade é a tirania da maioria, nos transformando em cidadãos de segunda classe, e desta vez tornando isso legal”, escreveu Odeh em suas redes sociais.
Zehava Galon, líder do partido sionista de esquerda Meretz, disse que o projeto consiste em “uma declaração de guerra contra cidadãos árabes-israelenses e contra Israel como uma sociedade democrática e governada apropriadamente”.
A organização de direitos humanos Adalah – Centro Legal para Minorias Árabes em Israel fez um levantamento e concluiu que, atualmente, pelo menos 76 leis israelenses já discriminam entre cidadãos israelenses e palestinos do país, informou a agência palestina de notícias Maan.
Opera Mundi e Agência Efe