O governo já conta com pelo menos 23 votos na comissão especial da reforma da Previdência, mas pode estender o prazo para levar a proposta de emenda à Constituição ao plenário, já que ainda não tem uma margem de segurança para garantir a aprovação, disseram à Reuters fontes palacianas.
"O placar na comissão está razoável. No plenário vai assim que estiver pronto. Não é só levar com votos suficientes para aprovar, precisa ter uma margem de segurança. Até agora a margem está muito estreita", disse uma das fontes.
A conta feita pelo Planalto é que, das ausências durante a votação da reforma trabalhista, cerca de 20 deputados votariam com o governo, o que daria apenas 316 parlamentares, quando o mínimo para aprovação da PEC são 308 votos.
"Estamos ainda em um processo de convencimento. Pode entrar na pauta semana que vem, desde que haja condições", disse a fonte.
A previsão inicial de votar na primeira quinzena de maio era defendida pelo governo até duas semanas atrás. Agora, se fala em aprovar na Câmara até o final de maio.
A votação da reforma trabalhista confirmou para o Planalto que a base "ainda não está pronta".
Nesta terça, o governo começou a demitir indicados de parlamentares da base que foram votaram contra o governo. Cerca de 30 nomes foram afastados, a maioria de cargos médios.
Outros estão sendo mantidos enquanto o Planalto tenta reverter votos, e podem ficar como uma espécie de garantia até a votação da Previdência.
Deputados "retaliados" disseram à Reuters que a estratégia do Planalto é errada e pode prejudicar a votação da Previdência.
Agência Reuters