Ao menos 16 pessoas morreram nos ataques com mísseis lançados pelos EUA contra alvos na Síria no fim da noite dessa quinta-feira (6), pelo horário de Brasília, segundo atualização divulgada pelo regime sírio.
O bombardeio de cinco minutos, ocorrido na província de Homs, matou ao menos sete militares na base aérea de Shayrat e causou amplos danos, segundo o governador da província, Talal Barazi, que é favorável ao presidente sírio, Bashar al-Assad.
Outras nove pessoas, todas civis, foram mortas quando três mísseis atingiram duas cidades próximas à base, de acordo com a agência de notícias estatal síria Sana. Quatro dos civis eram crianças.
Novos ataques - A embaixadora dos Estados Unidos para a Organização das Nações Unidas, Nikki Haley, afirmou nesta sexta-feira (7) que seu país está preparado para a eventualidade de mais ataques aéreos na Síria, "mas esperamos que isso não seja necessário". Haley discursou durante reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir o ataque da noite dessa quinta (6) dos EUA contra uma base aérea controlada pelo regime sírio.
Haley defendeu a ação americana, dizendo que os EUA tinham "todas as justificativas" para realizar um ataque aéreo, dias após o regime da Síria realizar um ataque com armas químicas no país. A embaixadora americana disse que os EUA desejam, porém, uma solução política no caso.
A autoridade dos EUA afirmou que o Irã e a Rússia "têm responsabilidade pelas atrocidades na Síria". Segundo ela, o presidente sírio, Bashar al-Assad, fez o ataque químico sabendo que Moscou o apoiaria. Agora, Haley disse que "o mundo está esperando que a Rússia aja com responsabilidade" e reveja o apoio a Assad depois do ataque com arma química.
Pretexto - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que foi um pretexto inventado, o ataque dos Estados Unidos contra a base aérea de Shayrat, na Síria, e advertiu que a ação militar de Washington causará sérios danos nas relações russo-americanas.
"O presidente Putin considera os ataques americanos na Síria como uma agressão contra um Estado soberano e uma violação do direito internacional, pois fora um pretexto inventado", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
O líder russo, acrescentou que, "vê nos ataques uma tentativa por parte dos EUA de desviar a atenção da comunidade internacional das muitas vítimas entre a população civil no Iraque", onde tropas americanas lideram uma operação militar contra o Estado Islâmico".
"Este movimento prejudica seriamente as relações russo-americanas, já por si maltratadas. E o mais importante, como considera Putin, é que não nos acerca do objetivo na luta contra o terrorismo internacional, mas ao contrário, cria um importante obstáculo para formar uma coalizão internacional antiterrorista", disse Peskov.
O Kremlin insistiu que "o Exército sírio não dispõe de arsenais de armas químicas, cuja destruição foi supervisionada e confirmada pela Organização para a Proibição de Armas Químicas".
"Além disso, Putin acredita que ignorar totalmente as evidências sobre o uso de armas químicas por parte dos terroristas não faz nada além de piorar a situação", afirmou o porta-voz.
Os EUA bombardearam na madrugada de hoje, por ordem do presidente Donald Trump, a base aérea de Shayrat como represália ao ataque com armas químicas que culminou com a morte de 80 civis na última terça-feira, a primeira agressão direta dos EUA desde que início da guerra civil na Síria.
As forças militares americanas lançaram hoje um total de 59 mísseis de cruzeiro, a partir de dois de seus navios militares localizados no Mediterrâneo, contra a base aérea de Shayrat, de onde a Casa Branca acredita que foi realizado o ataque químico na última terça.
Com informações do Portal Terra e do Jornal O Tempo (MG)