Chu Ming Silveira foi a design sino-brasileira responsável pelo icônico orelhão, um dos objetos mais reconhecíveis do Brasil, criado em 1972. A inspiração para a cobertura dos telefones públicos veio da casca de ovo, que a arquiteta definiu como “a melhor forma acústica”.
Inicialmente, foram desenvolvidos dois projetos. Chu I seria usado em ambientes internos como lojas e prédios públicos, apelidado de orelhinha. Ele não existe mais. O Chu II, feito de fibra de vidro para proteger os usuários do sol e da chuva e aguentar mudanças de temperatura é o orelhão das ruas. Hoje existem cerca de 52.000 orelhões em todo o Brasil. Além disso, o trabalho de Chu também foi exportado para países como Moçambique, Angola, Colômbia e Paraguai.
Formada em arquitetura pela Universidade Mackenzie, Chu Ming Silveira foi para Ilhabela depois de desenvolver o projeto que lhe deu visibilidade. Lá ela construiu uma vila familiar, com o estilo que ficou conhecido como “pós-caiçara”. Para a construção das casas, a arquiteta usava materiais típicos da região, inspirada na tradição milenar do Feng Shui, criando um equilíbrio com a natureza ao redor. Chu Ming Silveira é a homenageada com um Doodle nesta terça-feira, dia em que faria 76 anos.
Biografia - A arquiteta (que na foto ao lado utiliza sua criação) nasceu no dia 04 de abril de 1971, em Shangai, na China, filha de um engenheiro e mãe dona de casa.
Seu pai serviu às forças armadas nacionalistas de Chiang Kai-Shek. Com a vitória dos comunistas em 1949, a violenta perseguição e repressão aos opositores levaram-no a mudar-se com a família para Hong Kong, onde permaneceram por quatro anos.
Decididos a tentar a vida no continente americano, batizaram os quatro filhos com nomes ocidentais e Chu Ming chegou a ser batizada como "Verônica". Após as formaturas e casamentos dos filhos, os pais de Chu Ming se mudaram para Manaus e se estabeleceram como comerciantes na Zona Franca de Manaus, na década de 1960.
Chu Ming casou-se com o engenheiro Clóvis Silveira e teve dois filhos, Djan e Alan. Após o sucesso dos orelhões, em 1973, ela atuou como Arquiteta Senior na Montreal Engenharia S.A., e ainda nesse ano passou a trabalhar em projetos da Serete S.A. Engenharia, ambas em São Paulo, onde atuou até 1978, quando passou a dedicar-se especialmente ao Design e à Comunicação Visual.
A partir de 1987, voltou-se ao desenvolvimento de projetos de residências no litoral paulista, onde aplicava um estilo que equilibrava técnicas modernas com a cultura caiçara. Ela morreu em São Paulo, aos 56 anos, no dia 18 de junho de 1997.
A partir de 1987, voltou-se ao desenvolvimento de projetos de residências no litoral paulista, onde aplicava um estilo que equilibrava técnicas modernas com a cultura caiçara. Ela morreu em São Paulo, aos 56 anos, no dia 18 de junho de 1997.
Seu esposo e seus filhos hoje mantêm o site Orelhão para homenagear Chu Ming e sua criação.
Com informações do jornal El País, da Wikipedia e do site Orelhão.arq.br