terça-feira, 18 de abril de 2017

Delação: Padilha negociou propinas nos governos de FHC, Lula e Dilma



O ministro da Casa Civil do governo Temer, Eliseu Padilha, está mais implicado que os outros sete já mencionados nas investigações da Lava Jato. O nome dele aparece nas delações de pelo menos seis ex-executivos da Odebrecht, que o apontam como responsável por pedir, receber e ainda gerenciar propinas

Os valores são referentes às obras na Eclusa Lajeado, em Tocantins, na Trensurb, ferrovia do Rio Grande do Sul, e no aeroporto do Galeão, no Rio. Como contrapartida, Padilha garantia ajuda durante os processos de licitações, que acabavam consagrando a empreiteira como vencedora.

Para piorar, dizem os delatores, as negociações foram protagonizadas por ele nos três últimos governos do Brasil: Fernando Henrique Cardoso, Lula e de Dilma Rousseff.

"O executivo (Valter Lana) me disse que foi procurado pelo Eliseu Padilha, que alegou a ele ter ajudado a Odebrecht no processo licitatório [de 2001], portanto fazia jus ao pagamento de 1%", afirmou um dos delatores, Benedicto Junior, ex-presidente de Infraestrutura da empreiteira.

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, o escritório de Padilha em Porto Alegre, em funcionamento até hoje, aparece nas planilhas dos delatores como local de entrega de R$ 1 milhão, mas dessa vez em março de 2014.

Ex-executivos da empreiteira dizem ainda que o ministro gerenciou os repasses autorizados por Marcelo Odebrecht para campanhas do PMDB em 2014, assunto que foi tratado em jantar no Palácio do Jaburu, com Temer.Eliseu Padilha falou sobre as acusações.

"O ministro disse que confia nas instituições brasileiras, razão pela qual registra que tem certeza de que com a abertura das investigações lhe será garantida a oportunidade para exercer amplamente seu direito de defesa", informou ele, por meio de sua assessoria de imprensa.

Notícias ao Minuto (Rio)