terça-feira, 25 de abril de 2017

Cientistas criam neurônio que pode curar lesões na medula espinhal

Cientistas dos Institutos Gladstone, nos Estados Unidos, criaram, a partir de células estaminais, um tipo especial de neurônio que pode potencialmente reparar lesões da medula espinhal.

Estas células, interneurônios (que se ligam a outro neurônios) 'V2a', transmitem sinais na medula espinhal para ajudar a controlar os movimentos. Quando os investigadores transplantaram essas células na medula espinhal de ratos, os interneurônios integraram-se nas células existentes.

Os interneurônios 'V2a' retransmitem sinais do cérebro para a medula espinhal, onde se ligam a neurônios motores que se projetam para os braços e pernas.

Assim, dizem os responsáveis do estudo, publicado nesta segunda-feira (24) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os interneurônios percorrem longas distancias, subindo e descendo a medula espinhal para iniciar e coordenar movimentos musculares, bem como a respiração.

Danos nos interneurônios 'V2a' podem interromper as ligações entre o cérebro e os membros, o que contribui para a paralisia após lesões na medula espinhal.

"Os interneurónios podem redirecionar-se após lesões na medula espinhal, o que os torna um alvo terapêutico promissor", disse um dos autores da investigação, Todd McDevitt.

"O nosso objetivo é reformular os circuitos afetados, substituindo interneurônios danificados para criar novos caminhos para a transmissão do sinal em torno do local da lesão", adiantou o investigador.

Segundo o estudo, os investigadores produziram pela primeira vez interneurônios 'V2a' a partir de células estaminais humanas, criando substâncias químicas, e mais tarde ajustando-as, que gradualmente levavam as células base a desenvolverem os interneurônios .

Jessica Butts, primeira autora do estudo, explicou que o objetivo foi encontrar a forma de levar à produção de interneurônios 'V2a' em vez de outro tipo de células neuronais, como neurônios motores.

Nas suas experiências, os cientistas implantaram interneurônios na medula espinhal de ratos saudáveis e verificaram que estes se integraram com as outras células. O próximo passo é, segundo os cientistas, transplantar células em ratos com lesões na medula espinhal, para ver se os interneurônios V2a se ajustam para restaurar os movimentos afetados pela lesão. 

Notícias ao Minuto (Rio)