O início do julgamento da cassação de Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral, nesta terça (4), revelou que o casal João Santana e Mônica Moura, marqueteiros das últimas campanhas presidenciais do PT, fecharam um acordo de delação premiada com a Lava Jato, que já se encontra no Supremo Tribunal Federal.
Durante a sessão no TSE, o vice-procurador-geral eleitoral Nicolao Dino pediu a realização de três novas audiências para ouvir João Santana, Mônica e André Luís Reis Santana, que foi apontado como auxiliar direto do casal.
Caberá ao ministro Edson Fachin, relator dos processos da Lava Jato no STF, homologar a delação. Se isso ocorrer, o Ministério Público Federal poderá usar os depoimentos para fundamentar pedidos de abertura de inquéritos.
Além das audiências com Santana e sócios, Dino conseguiu convencer o TSE a ouvir o ex-ministro Guido Mantega. Ele aparece em delações da Odebrecht como o “intermediário” da empresa com o governo. Marcelo Odebrecht afirmou que fez doações ao PT, via caixa 2, a pedido de Mantega. Seu depoimento já havia sido solicitado pela defesa de Dilma, mas foi negado na ocasião. Dino concordou e acrescentou os outros três.
“João Santana e Mônica Moura foram presos em fevereiro de 2016 durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, por ordem do juiz Sérgio Moro. Em julho, eles admitiram ter recebido recursos do PT no exterior. Em agosto, foram soltos após pagar fiança de mais de R$ 30 milhões”, lembrou o jornal O Globo.
Em entrevista publicada pela Folha nesta terça (04), a ex-presidente Dilma Rousseff defende que o Tribunal Superior Eleitoral não leve delações sem provas para cassar a chapa eleita em 2014, como pede ação proposta pelo PSDB.
Diário do Centro do Mundo