sexta-feira, 28 de abril de 2017

#BrasilEmGreve 'Reforma da Previdência atende interesse de quem financiou o golpe', diz presidente da CUT




O presidente da CUT, Vagner Freitas, defendeu hoje (28), dia de greve geral em todo País, que a reforma da Previdência proposta pelo presidente Michel Temer serve para atender aos interesses dos banqueiros, que financiaram o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. Isso por que, com o fim da previdência pública, os bancos poderão lucrar mais com a venda de planos privados de aposentadoria.

"Eles não estão preocupados em resolver o problema da Previdência, mas em acabar com a Previdência como política pública, porque os bancos querem vender previdência privada na boca do caixa. Eles vão inventar motivos. Quem financiou o golpe – e os banqueiros foram os maiores financiadores – agora querem o pagamento e o governo fará isso entregando o mercado da previdência privada no colo de banqueiros nacionais e internacionais", disse Vagner Freitas em entrevista à Rádio Brasil Atual, pela manhã.

Ele lembrou que a Previdência tem também o papel de assistência social, que garante, por exemplo, que os trabalhadores do campo possam permanecer no campo mesmo durante os períodos de entressafras. "Tratar o trabalhador rural igual ao urbano é uma violência contra o país", disse o sindicalista. "O mesmo para o funcionário público, que não tem direito a negociação coletiva. Ele precisa de um tratamento diferenciado porque é ele que atende a população nos serviços públicos e precisa fazer isso com qualidade."

"O Brasil precisa da Previdência como política pública", acrescentou Vagner, lembrando que o país atingiu número recorde de desempregados de 14,2 milhões, segundo dados do IBGE divulgados hoje. "O Estado que vai intervir para mediar as relações ou o mercado que fará isso definindo o que é importante para ele? Precisamos garantir que o Estado tenha para quem precise."

Para o presidente da CUT, a maioria da população concorda com a greve geral realizada hoje em todo país por diversas categorias profissionais. "Quando a sociedade vai contra uma greve, até nos hostiliza, mas hoje estão dando parabéns para nós e dizendo: 'não quero perder meus direitos', 'esse governo já deu o que tinha que dar', 'não quero fazer bico, quero ter emprego' e 'quero minha carteira assinada'."

"Hoje nossos esforços são para parar a produção. O balanço mostrando queda na atividade econômica deveria ser manchete, e não o trânsito", afirmou, referindo-se à cobertura dada pela mídia tradicional à mobilização contra as reformas do governo Temer.

"Nosso principal adversário é a mídia golpista. Se não tivesse a Globo, a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo não teria ocorrido o golpe. Os partidos tradicionais conservadores e o empresariado não conseguem nos enfrentar no debate político, então tiveram que encontrar aliados para financiar o golpe e fazer ele ser aprovado", disse Vagner. "Por isso, temos que fazer outro enfrentamento, que é a regulamentação dos meios de comunicação, como existe em qualquer lugar do mundo. Espero que (o ex-presidente) Lula volte em 2018 e essa seja uma das suas primeiras ações."

Rede Brasil Atual
Ilustração de Carlos Latuff