Conhecida como "A Pantera de Minas", Ângela Diniz foi assassinada no dia 30 de dezembro de 1976, na cidade praiana de Armação de Búzios, no Rio de Janeiro. Quem a matou foi seu namorado, Raul Fernandes do Amaral Street, conhecido como "Doca Street".
Depois de um casamento com um engenheiro (teve três filhos) e de um relacionamento com o jornalista Ibrahim Sued, Ângela se envolveu com Doca. A relação passou por discussões em torno de ciúmes e na época, ainda era comum "matar para lavar a honra com sangue".
Não se sabe a veracidade das palavras em que ela teria dito: "— Se não quiser me dividir com homens e mulheres... pode ficar, seu corno!" mas o fato é que a defesa de Doca Street se aproveitou disso e fomentou um debate na sociedade brasileira dos anos 70, extremamente machista. Além de ter sido assassinada, Ângela ainda teve sua memória e honra dilaceradas com a já conhecida culpabilização da vítima. No primeiro julgamento, foi absolvido sob a alegação de que "agira em defesa da honra". Saiu aplaudido do fórum.
Mas a promotoria recorreu e em 1981, outro juri aconteceu. Grupos feministas criaram o bordão "Quem ama não mata" e foram para a porta do tribunal pedir a extinção do típico machão, personificado por Doca. Deu certo. Street foi condenado a 15 anos de prisão. Em 1987, conquistou liberdade condicional e anos depois, lançou um livro contando sua versão: Mea Culpa, que tem 470 páginas. E, entrevistas posteriores, se diz "arrependido" do que fez.