sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

AM: População fecha ruas de Manaus em protesto após retirada de ônibus

Alguns estudantes e usuários do transporte coletivo da capital amazonense fecharam as principais avenidas da cidade, como a Djalma Batista, Getúlio Vargas e Constantino Nery, na Zona Centro-Sul e Sul respectivamente, em protesto pela retirada dos ônibus após uma série de ataques aos coletivos na noite desta quinta-feira (23). O retorno às garagens das empresas foi determinado pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Manaus (Sinetram).

Na Djalma Batista, em frente ao Posto 700, os usuários colocaram fogo em pedaços de madeira e em outros objetos no meio da via. Eles impedem o tráfego de veículos no local. Já na Constantino, perto da Escola Estadual Solon de Lucena, um grupo de estudantes fez uma barreira no meio da rua e um ônibus chegou a ser apedrejado.

Policiais militares e equipes da Secretaria de Segurança Pública já estão nas ruas para evitar mais danos ao patrimônio público e privado, além de que pessoas fiquem feridas. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) informou que, até aproximadamente 20h30, não houve nenhum chamado para socorro de pessoas feridas na cidade.

“Assim que soube, informei o máximo de pessoas que consegui. A passagem vai aumentar sábado, rodoviários conseguem o que querem sempre e nós, o povo, continuamos pagando o pato. Eles são os primeiros a pintar e bordar com a nossa cara”, relatou a professora Karla Leite.

Outro local que teve o tráfego de veículos interrompido foi a avenida Getúlio Vargas, esquina com a rua 24 de maio, no Centro da capital. O Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalizacao do Trânsito (Manaustrans) enviou equipes para ajudar na liberação da via pública.

“Aqui há alunos que não têm R$ 4,20 para pagar a passagem no executivo e depende apenas de carteirinha estudantil ou vale transporte. Os alternativos não operam em todos os bairros de Manaus. Como fica a situação dessas pessoas? Estamos bloqueando o trânsito como uma forma de reivindicar nossos direitos. Quem tem carro vai chegar tranquilo em casa e nós que dependemos de ônibus ficamos sem uma solução?”, questionou Laylane Silva, 27, estudante do 1° período do curso de enfermagem do Centro Universitário do Norte (Uninorte).

Vários passageiros que aguardam os ônibus no Terminal de Integradção 1 (T1), na Constantino Nery, também fecharam a rua ao lado do local com duas barricadas. Eles usaram o lixo de moradores da redondeza e atearam fogo.





Em Tempo (AM)