A Polícia Civil informou, em nota oficial nesta quinta-feira (26), que encerrou o inquérito sobre a chacina que matou 12 pessoas da mesma família durante uma festa de réveillon, em Campinas (SP). De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), a investigação não identificou a origem da arma utilizada pelo atirador porque "não há qualquer registro em todos os bancos de dados pesquisados".
Ainda segundo a SSP, a Polícia Civil de Campinas concluiu também que o crime foi passional, premeditado e não contou com a ajuda de terceiros. Depois da perícia no local e na arma, foi confirmado que as mortes foram decorrentes somente da arma utilizada pelo autor. Ainda foram analisados os documentos apreendidos na casa do atirador, como telefone celular e computador pessoal.
Entre a noite de 31 de dezembro e a madrugada de 1º de janeiro, Sidnei Ramis de Araújo pulou o muro de uma casa na Vila Proost de Souza, assassinou a ex-mulher, Isamara Filier, de 41 anos, o filho de 8, outras dez pessoas e se matou na sequência.
Perícia - Segundo o Instituto de Criminalística, o atirador arrombou dois quartos à procura da ex-mulher e do filho. O laudo do local do crime ficou pronto no dia 19 de janeiro e apontou sinais de arrombamento em dois cômodos da residência.
Segundo o diretor do IC, Edvaldo Messias Barros, a ex-mulher e o filho do atirador foram os últimos a serem atingidos porque se esconderam nos quartos. O laudo da perícia também apontou onde estava cada vítima no momento do crime e fez uma estimativa de quantos tiros foram dados. "Os peritos apontaram pelo menos 26 disparos", disse.
Machismo e misoginia
A Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) se manifestou em repúdio à chacina. De acordo com a nota oficial, o crime não é um caso isolado ou vingança pessoal, mas sim uma violência de gênero fruto do "machismo e da misoginia". O órgão também reiterou compromisso em defesa da Lei Maria da Penha.
O último sobrevivente da chacina recebeu alta médica no dia 17 de janeiro. O rapaz de 44 anos estava internado no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti desde o dia do crime. Na última semana, ele passou por uma cirurgia, mas a unidade médica não deu detalhes sobre o procedimento. No dia 9 de janeiro, outro ferido na série de assassinatos também teve alta. Admilson de Moura, de 45 anos, estava no Hospital Celso Pierro.
Com informações do Portal G1