Pelo menos mil imóveis foram arrasados pelo fogo entre a noite da quarta-feira e esta madrugada na cidade de Santa Olga, na região chilena de Maule, uma das mais atingidas pelos incêndios florestais que afetam o país, segundo as autoridades locais.
"Todo mundo teve que sair e Santa Olga queimou", disse para a imprensa Carlos Valenzuela, prefeito da cidade de Constitución, a cuja jurisdição pertence Santa Olga.
Segundo Valenzuela, o fogo queimou os quartéis da Polícia e de bombeiros, escolas, um centro de atendimento médico e instalações industriais em Santa Olga.
"É difícil dizer isso, assimilar isso, se dar conta do que estava acontecendo, tiveram que sair os carabineiros, os bombeiros, espero que o povo tenha saído todo, não queriam sair. É terrível tudo o que está acontecendo", disse o prefeito.
"Ninguém pode imaginar o que estamos vivendo em Constitución, a situação é dantesca. Perdemos casas também em Putú e em Cabezalillo", acrescentou.
Segundo os primeiros relatórios, entre 6.000 e 7.000 pessoas perderam suas casas e se teme pela sorte de dois adultos que estão desaparecidos nas proximidades do rio Maule.
"Temos outras localidades, como Carrizal, que também teriam sido consumidas pelo fogo, pequenas localidades rurais que também teriam sido arrasadas, estamos falando de uma infinidade de casas queimadas", afirmou o prefeito.
Também se viveu uma noite de muita tensão na cidade de Penco, de 50 mil habitantes, na região do Biobío, a 500 quilômetros de Santiago, que nas últimas horas da quarta-feira estava completamente rodeada pelas chamas.
Os bombeiros, brigadistas da Corporação Nacional Florestal (Conaf) e soldados militares que combatem o fogo, conseguiram evitar o avanço das chamas com aceiros em todo o perímetro.
Nas primeiras horas desta quinta-feira chegaram ao Chile 27 bombeiros colombianos especialistas em incêndios florestais que, segundo as autoridades, se unirão nas próximas horas aos combatentes locais na luta contra o fogo.
Também se preparava para operar novamente o Supertanker, maior avião-tanque do mundo, com capacidade para descarregar 73 mil litros de água, que nesta quarta-feira completou com sucesso seus primeiros voos, segundo os responsáveis de suas operações.
Os incêndios causaram até agora sete vítimas fatais, após a morte, na quarta-feira, de um bombeiro e dois carabineiros, mortos enquanto trabalhavam na evacuação de habitantes em Maule.
Anteriormente tinham morrido três brigadistas na mesma região e um agricultor que bateu com sua moto contra uma árvore enquanto lutava para evitar que um incêndio atingisse sua propriedade na região da Araucanía.
O último relatório do Escritório Nacional de Emergência (Onemi) falava em 94 o número de incêndios florestais ativos no país, dos quais 64 estão em fase de combate e outros 30 sob controle, enquanto a superfície afetada chegava a 238.613,16 hectares.
Os incêndios são combatidos por diversos meios, entre eles 46 aeronaves, entre aviões e helicópteros e cerca de 4.000 homens, incluindo bombeiros, brigadas da Conaf e soldados das Forças Armadas e da Polícia, além dos próprios aldeões que tentam manter a salvo seus bens.
Agência EFE