Seis pessoas ligadas à Rede Fora Temer em Florianópolis foram intimadas a depor na Central de Plantão Policial de Florianópolis - Norte, nos Ingleses, no Norte da Ilha, na tarde desta terça-feira. De acordo com os organizadores dos protestos da capital, quatro homens e duas mulheres receberam a notificação.
A intimação não detalha o motivo pelo qual as pessoas foram chamadas a depor, mas alerta que o não comparecimento implica em crime de desobediência, com pena de prisão prevista no Código Penal. A Polícia Civil não informou sobre o que trata o processo, e o delegado Alexandre Carvalho, responsável pela Central de Investigações do Norte da Ilha, não atendeu às ligações.
As intimações foram feitas ontem e, de acordo com a jurista Daniela Felix, o entendimento é de que se trate de criminalização ao movimento. Segundo a Rede Fora Temer Floripa, nenhum dos intimados mora nos Ingleses, onde fica a delegacia.
— Hoje as pessoas têm que depor e nem sequer sabem o motivo. Além disso, se foi pelos fatos ocorridos no centro da cidade qual o motivo de deporem nos Ingleses? — questiona a advogada, que trabalha com causas populares.
Entres os que precisam se apresentar coercivamente na delegacia está um arquiteto de 59 anos, ativista dos debates do Plano Diretor e da reforma urbana na cidade. A reportagem do Diário Catarinense conversou com ele, mas o homem preferiu não se manifestar publicamente. A avaliação, no entanto, é que repete-se em Florianópolis o "enquadramento nacional" visto recentemente em São Paulo, em que pessoas ligadas aos protestos foram detidas e soltas somente após os atos contra o governo Temer.
Juristas e pessoas ligadas aos movimentos contra Temer afirmam que a ação pode ter relação com os atos de vandalismo que aconteceram no último protesto por um grupo que circulava entre os manifestantes. No ato de quarta-feira, 31 de agosto, algumas pessoas teriam depredado o patrimônio de uma igreja localizada na Avenida Mauro Ramos, no centro da capital.
Diário Catarinense (SC)