O Ministério da Justiça voltou atrás e reduziu nesta quinta-feira (1º) a classificação indicativa de "Aquarius" para 16 anos, ao aceitar um pedido de revisão feito pela distribuidora Vitrine Filmes.
O longa de Kleber Mendonça Filho, que estreou nesta quinta (1º), havia sido recomendado para maiores de 18 anos, em decisão publicada no Diário Oficial da União no último dia 22. A avaliação causou polêmica, em meio à tensão política no país e após o protesto da equipe do filme contra o impeachment de Dilma Rousseff durante o festival de Cannes, em maio.
Segundo a Vitrine, a pasta mudou a análise da produção, citando agora cenas de uso de drogas e relação sexual intensa. Para a classificação anterior, a justificativa era de que "Aquarius" continha cenas de sexo explícito, além de drogas. Procurado pelo G1, o ministério confirmou a mudança, mas não comentou o assunto.
Categoria de 'Ninfomaníaca'
"Acreditamos ser uma decisão acertada para o longa", disse a distribuidora em comunicado. Durante o lançamento do filme nesta segunda-feira (29), Mendonça Filho disse ao G1 que achava "injusta" a classificação da obra em 18 anos.
Ele comparou "Aquarius" a outras produções nacionais recentes, como "Bruna Surfistinha", "Boi neon" e "Para minha amada morta", que têm censuras entre 14 e 16 anos e, em sua opinião, "foram mais longe" e "têm mais sexualidade". "O filme não deveria ser colocado na mesma categoria de 'Love', 'Calígula' ou 'Ninfomaníaca'", afirmou.
A trama de "Aquarius" gira em torno de Clara (Sonia Braga), uma jornalista aposentada importunada por uma construtora decidida a transformar o prédio onde vive, último representante de estilo antigo na praia de Boa Viagem, no Recife, em um suntuoso empreendimento de luxo. Cercada por discos, livros e memórias, a protagonista não abre mão do apartamento onde criou os filhos e viveu com o marido já falecido.
Portal G1