Esta segunda-feira (22) amanheceu mais triste para muitos brasileiros que se recusam a aceitar que a Olimpíada acabou. Não é por menos: foram 15 dias de muita torcida, alegrias, tristeza e diversão não só no Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil.
querido torcedor, não fique triste e nem pense que acabou a festa, pois vêm aí os Jogos Paraolímpicos 2016. O evento, que acontecerá entre os dias 7 e 18 de setembro, promete ser um sucesso -- tanto de organização e festa, quanto de medalhas para o Brasil.
Nestes Jogos, o CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro) quer fazer história e as chances são muito boas. Pela primeira vez, o Brasil terá atletas competindo nas 22 modalidades que compõem o programa dos jogos. Ao todo, 278 atletas brasileiros carregam sobre os ombros uma grande responsabilidade: levar o Brasil à quinta posição no quadro geral de medalhas.
A tarefa é difícil, mas não impossível. Nos jogos de Londres, em 2012, por exemplo, o Brasil teve seu melhor desempenho e ficou na sétima colocação, com 43 medalhas (21 de ouro, 14 de prata e 8 de bronze).
Nos Jogos Parapanamericanos de Toronto, em agosto de 2015, o Brasil conquistou a melhor classificação da história na competição: ficou em primeiro lugar pela terceira vez seguida, além de obter o recorde de pódios, com 257 medalhas (109 ouros, 74 pratas e 74 bronzes). O Canadá, segundo no pódio, somou 50 ouros e os Estados Unidos, terceiro, tiveram 40.
Muitos atletas paraolímpicos que brilharam em 2012 e em 2015 estão de volta. É o caso do nadador Daniel Dias, 28 anos, dono de 15 medalhas, entre elas, dez de ouro, conquistadas em apenas duas edições dos jogos (Pequim 2008 e Londres 2012).
Para Andrew Parsons, presidente do CPB e vice-presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Daniel é considerado "o maior atleta paralímpico brasileiro da história".
"Muitas pessoas acham que o esporte Paralímpico se trata apenas de superação, mas isso é comum em qualquer esporte. O diferencial do esporte adaptado é a alegria", disse o nadador ao site da Rio 2016.
Mas Daniel não é o único que quer fazer um show no evento. No mesmo esporte, o nadador da classe S10, André Brasil, está com sede de medalhas. Em Pequim e Londres, ele trouxe três ouros e duas pratas.
Clodoaldo Silva, aos 37 anos, também quer chegar ao pódio para marcar sua quinta e última participação na Paralimpíada. Dono de 13 medalhas, o "Tubarão Paralímpico" é uma das maiores apostas desta edição.
Também aos 37 anos, outra veterana quer brilhar no evento. A velocista Terezinha Guilhermina disputa sua quarta Paralimpíada e sonha em subir ao lugar mais alto do pódio nas provas de 100m e 400m da categoria T11 (deficientes visuais) e quebrar mais recordes em casa.
Guilhermina detém seis medalhas e é a mulher cega mais rápida do mundo. Em Londres, quebrou o recorde mundial na prova de 100 metros rasos e faturou medalha de ouro. No ano passado, a velocista teve como guia ninguém menos que Usain Bolt (com ela na foto) no desafio de atletismo Mano a Mano, que aconteceu no Rio de Janeiro.
Outros dois velocistas que merecem nossa atenção (e torcida) são Verônica Hipólito, de 19 anos, que vai competir na categoria T38 (paralisados cerebrais), e o "mito" Alan Fonteles, que deixou a plateia do Estádio Olímpio de Londres de queixo caído ao vencer Oscar Pistorius em 2012. Fonteles vai defender o título dos 100m na classe T43 (amputados e outros).
O Judô também deve trazer mais medalhas. Antonio Tenorio, primeiro judoca a ganhar quatro ouros paralímpicos consecutivos, está em busca de mais recordes -- desta vez, em casa. A judoca Lucia Araújo também é outra promessa na categoria 57 kg. Ela já ganhou prata em Londres e ouro no Parapan, em Toronto.
Também em Toronto, Luciano "Montanha" Dantas, do halterofilismo brasileiro, conquistou medalha de bronze ao levantar 138 kgs. Agora, o objetivo é chegar ao pódio Paralímpico no Rio de Janeiro.
Montanha e outros atletas brasileiros foram protagonistas da campanha O Treino que Muda Opiniões, lançada no ano passado pela organização da Rio 2016 com o objetivo de mostrar a realidade surpreendente de um atleta Paralímpico. O filme ganhou dois Leões de Bronze no Festival de Publicidade de Cannes, na França.
Ainda dá tempo de dar apoio bem de perto aos nossos atletas. Na verdade, muitos ingressos ainda estão disponíveis.
Na sexta-feira passada (19), o prefeito do Rio, Eduardo Paes admitiu que "praticamente nenhum" ingresso da Paralimpíada foi vendido até então. A expectativa, porém, é que a procura aumente até o início dos jogos, que tem cerimônia de abertura marcada para o dia 7 de setembro, no Maracanã.
Os ingressos custam a partir de R$ 50 e podem ser adquiridos no site oficial da Rio 2016.
Aqueles que pretendem prestigiar a Paraolimpíada não vão se arrepender. Além do show dentro dos estádios, ginásios, nas piscinas e nas pistas, onde acontecerão 528 provas em 23 esportes e contarão com a participação de 176 países, algumas das casas dos países que foram um grande sucesso na Olimpíada continuarão abertas até o final dos Jogos Paralímpicos, prometendo muita festa e diversão aos turistas. Veja a programação completa delas aqui.
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