Aquarius, filme de Kleber Mendonça Filho estrelado por Sônia Braga, recebeu classificação indicativa de 18 anos do Ministério da Justiça. Segundo o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, a "alegação é de que o longa tem situação sexual complexa". Ainde de acordo com Gois, a distribuidora Vitrine Filmes tentou reverter a decisão por meio de recurso, que foi negado pelo governo.
Os produtores alegam que não há cenas que justifiquem a decisão. Em seu perfil no Facebook, o diretor comentou: "Aquarius censura 18 anos. Incrível". Também pela rede social, a produção manifestou-se no final da manhã desta terça-feira. "Surpresos com a Censura '18 anos' dada a Aquarius pelo Ministério da Justiça. É incrível ver que Aquarius está se tornando o filme mais controvertido do ano, aparentemente por celebrar a vida de maneira generosa, por ter um ponto de vista social e político forte e ainda trazer como personagem principal essa coisa assustadora para muita gente que é uma mulher forte, que não leva desaforo para casa. Com essa censura '18 anos', Aquarius torna-se, estranhamente, ainda mais forte!", diz o texto.
O longa conta a história da jornalista e escritora Clara (Sônia), que mora em um prédio antigo em Boa Viagem, no Recife, e resiste a sair do edifício, mesmo recebendo propostas de uma construtora que pretende demoli-lo para erguer um novo. Quando concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, na França, o filme ganhou destaque não só pelo seu conteúdo mas também pelo protesto que seus artistas fizeram contra o impeachment de Dilma Rousseff — em cartazes e entrevistas, denunciaram ter ocorrido no país um golpe de Estado.
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Aquarius chega ao circuito de cinemas no dia 1º de setembro e será exibido na abertura do Festival de Gramado, na próxima sexta-feira, data em que Sônia será homenageada com o troféu Oscarito.
Zero Hora (RS)
