Em uma cerimônia na sede do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco (IAHGP), no Recife, o governador Paulo Câmara autorizou, nesta terça-feira (12.07), o repasse de R$ 20 mil, durante 24 meses, para a entidade. O aporte será destinado à preservação da memória histórica e cultural local, através da promoção de eventos relacionados ao Bicentenário da Revolução Republicana de 1817, que será celebrado ano que vem. Durante a sanção da Lei 879/2016 que, concede recursos ao instituto, o chefe do Executivo destacou a relevância do Estado para o cenário político, econômico e cultural do País.
"A história do Estado, junto com tanta gente que participou dela durante muitos séculos, mostra o diferencial que é ser pernambucano. Esse Estado foi e continua sendo fundamental para a construção de um Brasil mais justo", ressaltou Paulo. O gestor reiterou que as comemorações dos 200 anos da Revolução de 1817 dialoga com a história dos pernambucanos. "Quando soube dessa demanda do instituto, entendi que era o momento de buscar com essa Lei maiores condições para a entidade", frisou.
Antes da solenidade, Câmara visitou as instalações do IAHGP e recebeu uma medalha comemorativa dos 150 anos de fundação da entidade. "Eu não tenho dúvida que o instituto vai perpetuar, ainda por muitas gerações, a memória de tudo que representa Pernambuco para o País e o legado que queremos deixar para o futuro. Queremos um Estado mais justo, mais generoso e mais libertário", salientou.
O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco (IAHGP), associação fundada em 1862, é uma das mais antigas e atuantes instituições culturais do País. O presidente da entidade pernambucana, o professor José Luiz Mota Menezes, lembra que o local abriga um acervo histórico relevante para o País. "Pernambuco sempre foi uma forte presença na federação, sendo importante na construção de uma identidade cultural", avaliou Menezes. Com relação ao Bicentenário de 1817, o mandatário frisou que a instituição sempre esteve presente em todas as comemorações históricas do Estado. "Podemos assegurar o cumprimento dessa Lei", finalizou Menezes.
DATA MAGNA- As comemorações relacionadas ao Bicentenário da Revolução Republicana de 1817 começaram a ser programadas no início deste ano. Uma comissão formado por integrantes do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Assembleia Legistativa, Ministério da Cultura, Academia Pernambucana de Letras, IPHAN, Prefeituras do Recife e de Olinda, elencou uma série de atividades culturais, educativas. Outra ação é a realização de sessões solenes no Congresso Nacional, Alepe e Câmaras Municipais de Olinda e do Recife e a criação da Medalha do Bicentenário de 1817.
O movimento contra a opressão da Corte Portuguesa foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e do Frei Caneca. Os revolucionários, inspirados pelas ideias iluministas, instalaram um governo provisório. Dois meses após seu estopim, o movimento foi sufocado pelas tropas da Coroa Portuguesa. Mesmo derrotada, a revolução perpetuou ideias e colaborou com a Independência do Brasil, proclamada apenas cinco anos após o levante local.
Para o secretário executivo da Casa Civil, Marcelo Canuto, a sanção da Lei 879/2016 fortalece o instituto, visando a ampliação da comemoração de uma data tão especial para os pernambucanos. "A programação, que está sendo desenvolvida pela comissão, conta com publicação de livros e filmes, ações específicas para os jovens da Rede Pública Estadual de Ensino", adiantou o coordenador da comissão. Também participaram da solenidade a presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Márcia Souto; o deputado estadual Waldemar Borges; a vice-presidente do IAHGP, a desembargadora federal Margarida Cantarelli; e o 1º secretario do IAHGP, Renato José Carneiro Leão.
Mas o que foi, de fato, a Revolução Pernambucana?
Em 1817, aconteceu a revolução pernambucana. Os revoltosos queriam proclamar a República e com isso acabar com o sistema de governo existente.
Vários fatores causaram a revolução:
1- Os Gastos da Corte no RJ
Vieram juntamente com a Família Real cerca de 15000 pessoas que eram sustentadas pelo governo. A maioria (nobres e funcionários do governo português) passou a ocupar os principais postos na administração (tinham esses cargos somente para receber pagamentos).
Havia também os gastos com comidas, roupas, festas, etc.
O governador de Pernambuco era obrigado a enviar grandes somas de dinheiro para o Rio de Janeiro e com isso, atrasava o salário dos soldados causando um descontentamento geral no povo brasileiro.
2- Rivalidade entre Brasileiros e Portugueses
A mudança da Corte para o Rio de Janeiro deixou Portugal arruinado, pois o país perdeu o monopólio sobre o comércio colonial e passou a ser dependente da Inglaterra. Por causa disso, muitos portugueses vieram para o Brasil para tentar uma vida melhor.
Começaram a trabalhar em vários lugares (repartições públicas, casas comerciais, indústrias) tirando o lugar de muitos brasileiros.
3- Influência da Independência dos EUA
Vários países da América queriam seguir o exemplo dos americanos.
4- Influência da Revolução Francesa
Os ideais da Revolução Francesa influenciaram muitas nações.
5- Colônias Espanholas
Algumas Colônias Espanholas eram independentes
A revolta começou quando um soldado matou um português durante as festas comemorativas da expulsão dos holandeses. Os revoltosos tomaram Recife e libertaram os presos políticos. O governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro fugiu para o Rio de Janeiro.
Os líderes da rebelião chamavam-se: Domingos José Martins, José de Barros Martins (tinha o apelido de “Leão Coroado”), João Ribeiro e Miguelinho (esses dois últimos eram padres).
Em Recife os revoltosos organizaram um governo provisório que tinha representantes do clero, do comércio, do exército, da justiça e dos fazendeiros.
Medidas Tomadas
- Abolição dos impostos
- Liberdade de imprensa
- Abolição dos impostos
- Liberdade de imprensa
O novo governo seria republicano. Até as missas tinham como as ofertas da comunhão os produtos locais da terra: a hóstia da mandioca, em vez da hóstia do trigo; além do aguardente de cana no lugar do vinho.
Ao tomar conhecimento da revolta, Dom João enviou a Pernambuco vários soldados para retomar a cidade. Enquanto o porto de Recife era bloqueado, tropas baianas atacavam por terra. Apesar de lutarem, os rebeldes foram cercados e derrotados, mas muitos fugiram para o interior.
Os principais líderes foram julgados e condenados à morte. O padre João Ribeiro suicidou-se. A repressão só diminuiu em 1818, quando Dom João foi coroado rei. A violência contra os pernambucanos aumentou ainda mais a revolta dos brasileiros que desejavam, mais do que tudo, ser independente de Portugal. A revolução em Pernambuco não foi a primeira nem a última revolta, várias outras ainda estavam por vir, inclusive em Pernambuco.
Com informações da Secretaria de Imprensa de Pernambuco e do Portal InfoEscola