O Sindicato dos Locadores de Equipamentos, Máquinas Ferramentas de Pernambuco – Sindileq - PE reuniu ontem (22) associados e parceiros para debater sobre renegociação de dívidas e recuperação judicial. O Meeting mensal aconteceu no restaurante Ponteio e contou com participação do economista Écio Costa da CEDES Consultoria e Planejamento e do advogado Charbel Maroun da Farias Janguiê e Maroun Advogados.
O evento teve início com Écio Costa, que abordou as diversas formas de reorganizar a parte financeira das empresas, em detrimento à crise atual em que o País presencia. O economista destacou a situação de inadimplência no Brasil. “De 7milhões, 3,8% das empresas estão inadimplentes, ou seja, mais de 50%. A região Sudeste do País está bem pior que a região Nordeste”, afirmou o economista, baseado em uma pesquisa realizada pelo Serasa.
Ele ainda compartilhou com os associados sobre a expectativa do PIB, que atualmente conta com uma retração de 1,2%; e com o consumo em baixa, a arrecadação de impostos e contribuições federais foi de R$ 109 bilhões no mês passado, 4,62% menor. Para Écio, uma solução para sobreviver durante o período de crise é alongar a dívida e tentar uma negociação. ”Conversar com o banco, conversar com o fornecedor antes que atrase algum pagamento”, explicou ele.
Em seguida, o advogado e procurador geral do Município do Recife, Charbel Maroun, tratou com os presentes sobre recuperação judicial. Maroun apresentou um panorama sobre o capital social e dos riscos de investimentos. Para ele, a utilização da recuperação judicial se dá através de vários motivos, como dívidas em atraso (protesto); falta de capital de giro; redução ou cancelamento dos créditos (bancos, fornecedores); comprometimento do patrimônio da empresa e dos sócios. “É preciso começar a enxergar os sinais previamente para poder preparar os próximos passos”, destacou Maroun.
Ainda sobre o tema, o advogado citou as empresas da Refinaria Abreu e Lima, que atualmente atravessam esta realidade. De acordo com ele a crise é temporária e existem elementos que podem ajudar a superar o momento: Alongamento, deságio, escalotamento, carência, percentual sobre o faturamento, venda de ativos (penhora, sucessão) e outros. “Bens essenciais às empresas não podem sofrer busca e apreensão”, relatou ele. Além disso, Maroun informou que micro e pequenas empresas podem solicitar a recuperação judicial e que durante o processo, as empresas podem participar de licitações públicas.
Encerrando o encontro, Diogo Santos, do Banco Pan, falou sobre as mudanças do banco e apresentou opções de refinanciamento e solução financeira em curto prazo. Durante todo o meeting, os associados puderam participar tirando dúvidas e compartilhando sobre as rotinas vividas no dia a dia. “Diante do cenário das locadoras hoje, o alto nível de inadimplência, vários clientes em recuperação judicial, nada mais oportuno do que orientar as locadoras através de especialistas do setor”, ressaltou João Carvalho, presidente do Sindileq – PE.