O governador Paulo Câmara participou, nesta quarta-feira (20), em Brasília, de encontro dos governadores do Nordeste com o ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo. Em sua fala, Paulo apontou que o desafio para 2015 e 2016 é a "agenda do século XXI", a "agenda do conhecimento, da ciência, tecnologia e inovação". O apelo do pernambucano foi para que a agenda atual seja trabalhada conjuntamente com a passada, da industrialização.
"Que esses empreendimentos que estão chegando nos estados não fiquem apenas na geração de emprego, mas que deixem também contribuições efetivas de conhecimento, de tecnologia e know-how. Pernambuco teve a felicidade de receber uma fábrica automotiva (a Jeep), mas não é apenas uma fábrica para construir automóveis. Com o polo da Jeep/Fiat, está vindo também um centro de desenvolvimento software, que vai empregar mais de 500 engenheiros. Lá, eles não vão estar só pensando na construção de automóveis, mas também vão pensar no futuro da industria automobilística do Mundo", exemplificou Paulo Câmara.
O governador pernambucano colocou o estado à disposição dos demais colegas presentes para trabalharem juntos no desenvolvimento do Nordeste, buscando pontos de convergência. "Os estados do Nordeste têm tanta coisa em comum e espero que possamos fazer parcerias com o Governo Federal, através do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Que pense futuro e as novas gerações, mas que seja um fator determinante para que a gente possa, em um futuro breve, ter condições de reduzir as desigualdades regionais. Nós vamos conseguir diminuir as desigualdades quando tivermos cada vez mais políticas que pensam o futuro e o conhecimento".
Na ocasião, Paulo colocou um conjunto de preocupações que perpassa a região nordestina. O governador salientou que nos últimos anos o desenvolvimento do país foi "contínuo", com uma boa geração de emprego e renda e atração de muitos investimentos porque a economia ajudou, mas que a realidade atual é outra. "Iniciamos um mandato com muitos desafios a serem percorridos. E nós, nordestinos, vivemos o que podemos chamar de um atraso em relação à política do século passado ou a política da industrialização. Quero me colocar à disposição para que a gente possa desenvolver um trabalho que não fique restrito aos próximos quatro anos. Que seja um ato de inclusão no Nordeste, na forma de pensar e de se desenvolver no País", disse Paulo, em sua fala.
Paulo também defendeu que a cultura do conhecimento chegue às regiões mais pobres e citou experiências com arranjos produtivos da caprinocultura, bacia leiteira e do mel. Ao falar em convergências entre os estados, citou o futuro da industria canavieira em Pernambuco e Alagoas. "Nós sabemos que esse conjunto de desafios não vão ser resolvidos se não houverem realmente pessoas desenvolvendo a ciência, tecnologia e a inovação; e trabalhando conosco".
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