No dia 30 de abril de 1975, terminava a Guerra do Vietnã, o conflito que proporcionou à maior potência mundial, os EUA, a grande derrota de sua História. Enquanto os cidadãos americanos eram retirados da embaixada do país em Saigon - por ordem do presidente Gerald Ford - a capital, tomada pelos guerrilheiros vietcongues, passava a se chamar Cidade de Ho Chi Minh.
O desfecho da guerra começara a ser traçado em 1973, com os acordos firmados em Paris pelos negociadores dos EUA, Henry Kissinger, e do Vietnã do Norte, Le Duc Tho, que dividiram o Prêmio Nobel da Paz. Em janeiro daquele ano, o presidente Richard Nixon suspendera todos os ataques contra o Vietnã do Norte, gesto que consolidava a sua política de retirada e vietnamização do conflito. Dois anos depois, a maioria dos americanos já havia abandonado Saigon.
O avanço dos vietcongues sobre Saigon foi vertiginoso na última semana de abril: ataques por terra e ar deixavam claro que a vitória final estava próxima. Em 29 de abril, ocuparam Da Nang, a segunda cidade do Vietnã do Sul, e seguiram para a capital, Saigon. No dia seguinte, o presidente Ford ordenou o fechamento da embaixada americana. Os revolucionários comunistas estavam próximos da cidade e o embarque precisava ser rápido. Mas, além dos americanos, milhares de sul-vietnamitas foram para a embaixada na tentativa de embarcar nos helicópteros. Desesperados por se verem abandonados à própria sorte, saquearam e destruíram o prédio da embaixada.
Ao final de uma década de conflito, haviam morrido cerca de um milhão de guerrilheiros, 200 mil sul-vietnamitas, 50 mil americanos e um milhão de civis. Um número não calculado de pessoas ficaram mutiladas ou sofreram as sequelas do uso de armas químicas pelos EUA, como as bombas de napalm e o desfolhante agente laranja.
Jornal O Globo
Nota do Blog: Kim Phuc (a criança que aparece nua na foto) hoje mora no Canadá e é embaixadora da Boa Vontade da ONU. Seu corpo ainda carrega as marcas de queimaduras do agente laranja.