Familiares, amigos, professores, integrantes de grupos feministas e do Sindicato dos Professores do Recife (Simpere) se mobilizam, na tarde desta quarta-feira (11), em frente ao Fórum de Olinda, onde acontece a primeira audiência de instrução e julgamento dos assassinatos da professora Sandra Lúcia Fernandes, de 48 anos, e do filho dela, Icauã Rodrigues, de apenas 10 anos. Esta tarde, a juíza Maria da Conceição Godoy vai ouvir quatro testemunhas de acusação. São elas: o filho mais velho da professora, de 23 anos, um vizinho e dois policiais militares que atenderam a ocorrência.
Com faixas e cartazes, os manifestantes pedem pena máxima para o acusado, Marcos Aurélio Barbosa da Silva, de 24 anos, namorado da vítima e que confessou o duplo homicídio. Ele foi preso em flagrante seis horas após as mortes na casa de seus pais, em Maranguape II, Paulista. À polícia, o acusado disse ter cometido o crime por ciúmes e que a criança só morreu porque se abraçou à mãe na hora da homicídio. Os dois foram mortos a facadas.
As pessoas também engrossam a campanha para que 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país seja utilizado em políticas públicas de combate à violência contra mulher. "Com essa verba, seria possível construir uma casa abrigo e um centro de referência em cada município brasileiro", defende Fátima Oliveira, do Movimento Muheres em Luta."Sandrá é símbolo dessa luta", acrescenta.
Relembre o caso
Depois de uma discussão com a namorada, Marcos Aurélio teria esfaqueado a professora dentro do apartamento dela, em Jardim Atlântico, Olinda. Os gritos de pedidos de socorro foram ouvidos pelos vizinhos. Icauã pedia para Marcos não matar a mãe e acabou também sendo morto. Cada uma das vítimas recebeu oito facadas. Segundo os vizinhos, a briga no apartamento começou no fim da noite do domingo, 16 de fevereiro de 2014, quando o casal teria chegado de uma prévia de carnaval. “Estava faltando energia no bairro quando escutamos os gritos da confusão. Várias pessoas ouviram os pedidos de socorro e o menino implorando para o rapaz não matar a mãe dele. Pouco tempo depois o homem desceu sujo de sangue e disse que o menino teria quebrado o pé e foi embora. No entanto, mãe e filhos já estavam mortos”, detalhou uma testemunha que preferiu não se identificar.
Diario de Pernambuco