O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) conseguiu o apoio de 31 colegas para abrir uma CPI para investigar suspeitas de sonegação fiscal por meio de contas no HSBC, na Suíça. São quatro assinaturas a mais que o mínimo necessário para instalação de uma comissão parlamentar de inquérito.
Os apoios foram obtidos até o fim da manhã desta quinta-feira (26), mas a assessoria do senador informou que a coleta continuará sendo feita. A lista dos que assinaram tem senadores de oposição e da base do governo. No início da tarde, Randolfe vai à tribuna do Plenário para falar sobre o assunto.
O parlamentar tem defendido a necessidade de investigação do caso e uma cobertura mais ampla por parte da imprensa. Em discurso na terça-feira (25), ele lembrou que jornais do mundo inteiro estão noticiando, diferentemente do que ocorre no Brasil:
— O que me chama atenção é que, embora o Brasil seja o quarto em número de clientes e o nono em depósitos [no HSBC], temos poucas notícias sobre isso por aqui. É fundamental que esse assunto venha à tona. Um escândalo dessa proporção, no qual contas de brasileiros estão envolvidas, necessita de uma imediata resposta por parte das autoridades brasileiras — defendeu.
Entenda a denúncia
O caso envolvendo o HSBC veio à tona após reportagens na imprensa europeia mostrando que o banco mantinha milhares de contas secretas na Suíça para livrar os clientes de pagamento de impostos. O escândalo, conhecido como Swissleaks, tem como fonte original um especialista em informática do HSBC, o franco-italiano Hervé Falciani. Segundo ele, entre os correntistas, estão 8.667 brasileiros, responsáveis por 6.606 contas que movimentam, entre 2006 e 2007, cerca de US$ 7 bilhões.
— Obviamente, temos que analisar que existem lá mais de 8 mil contas de brasileiros, mas isso não significa que sejam todas irregulares. o que tem de ser apurado é quantas dessas 8 mil contas de brasileiros são, de fato, evasão fiscal — afirmou Randolfe Rodrigues.
Agência Senado