segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Não ao assédio no Busão

Em Pernambuco, é frequente que mulheres sejam vítimas de assédio sexual dentro dos ônibus e metrôs. Além do constrangimento, muitas vezes o medo impede que as denúncias sejam feitas. A Secretaria das Cidades informou que o Grande Recife Consórcio de Transporte está responsável por criar um comitê que vai atuar na prevenção do assédio sexual nos ônibus, paradas e terminais.
Para integrar o comitê estão sendo convocados representantes da Secretaria da Mulher, do Núcleo de Comunicação do Governo do Estado, da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), da Frente de Luta Pelo Transporte Público, do Sindicato dos Rodoviários e da Urbana-PE. Não há prazo para o início da atuação do comitê. A situação foi apresentada no NETV 1ª Edição desta segunda-feira (2).
É comum que o empurra-empurra na hora de entrar nos veículos e a superlotação deles seja desculpa para a aproximação dos agressores. "Eles se aproveitam da situação. Está muito apertado, aí é a desculpa para eles", conta uma vítima que prefere não se identificar. Uma das integrantes do Movimento Mulheres em Luta, grupo que atua em vários estados, aponta como as vítimas podem reagir. "Chamar as outras companheiras nos ônibus. Quanto mais escândalo a gente fizer, também é uma forma de se defender", afirma.
No momento do assédio normalmente as vítimas têm medo e ficam caladas, mas, de acordo com a delegada titular da Delegacia da Mulher, Alessandra Brito, é preciso que elas façam a denúncia na delegacia mais próxima. "Levamos em consideração que, apesar de não ser violência doméstica, a Delegacia da Mulher também é apta a fazer o primeiro atendimento", pontua.
De acordo com a gestora do Departamento da Mulher do Recife, Cláudia Freitas, não há estatística sobre os casos de assédio nos ônibus. “Na maioria das vezes não existe a comunicação ao órgão oficial. Talvez um dos aspectos seja esse [o medo], talvez seja a dificuldade de identificação do agressor”, pondera.
Portal G1